A República Checa assegurou esta terça-feira que a interrupção das importações de petróleo russo será uma das prioridades durante a sua presidência do Conselho da União Europeia (UE), que se inicia no segundo semestre de 2022.

“Na nossa presidência queremos interromper as importações de petróleo da Rússia”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jan Lipavsky, em conferência de imprensa após uma reunião no castelo de Stirin, nos arredores de Praga, com os seus homólogos da Áustria, Eslováquia, Eslovénia e Hungria.

“A Europa e todo o mundo enfrenta uma guerra sem precedentes”, afirmou o político checo do Partido Pirata (progressista), um dos motivos pelo qual justificou a medida económica para sancionar Moscovo, que denunciou como responsável de “um ataque à ordem internacional”.

A agenda deste encontro dos ministros da Central 5 (C5), como se designa esta plataforma informal de países centro-europeus, esteve dominada pelo conflito na Ucrânia, apesar de também ter sido abordada a situação da pandemia de Covid-19, em acentuado recuo nestes países, e a iminente presidência checa do bloco de 27, que arranca no próximo mês de julho.

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A guerra na Ucrânia e os mais de quatro milhões de pessoas que saíram do território ucraniano em fuga, e a reconstrução do país, vão constituir as prioridades da presidência checa do Conselho da UE no segundo semestre de 2022.

A República Checa acolheu mais de 300.000 pessoas vindas da Ucrânia, metade das quais menores, e conseguiu escolarizar cerca de 30.000.

Para além da gestão dos refugiados, e segundo Lipavsky, Praga vai centrar a sua presidência na redução da dependência energética da Rússia e em temas de segurança, incluindo o combate às ameaças híbridas e o apoio à liberdade dos media.

Lipavsky também abordou a criação de um fundo pós-conflito para a reconstrução da Ucrânia, e que deverá implicar uma “conferência de doadores”.

Por sua vez, o seu homólogo austríaco, Alexander Schallenberg, sublinhou que a agressão russa à Ucrânia “afeta a (nossa) segurança e toda a arquitetura de segurança da UE”.

A guerra na Ucrânia, que entrou esta terça-feira no 48.º dia, provocou um número ainda por determinar de baixas civis e militares.

A ONU confirmou a morte de 1.842 civis até domingo, incluindo 148 crianças, mas alertou que os números reais “são consideravelmente mais elevados”.

A guerra levou também à fuga de mais 11 milhões de pessoas, incluindo 4,6 milhões para países vizinhos, naquela que é considerada a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

As Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária devido à guerra na Ucrânia.

A comunidade internacional reagiu à invasão russa com sanções económicas e políticas contra Moscovo, e com o fornecimento de armas a Kiev.