Falta de inspiração. Desinspiração. Jogo desinspirado. Falta de inspiração. A primeira análise de Rúben Amorim à derrota no terceiro dérbi da temporada frente ao Benfica andou sempre à volta da mesma ideia. Falou sobre o como, não conseguiu explicar o porquê. “O que não correu bem? Praticamente tudo, apesar de termos a iniciativa…”, assumiu. E os números adensaram ainda mais o peso desse desaire, o terceiro nos últimos quatro encontros na Liga em Alvalade com os encarnados e o primeiro sem golos esta época.

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Apesar dos 16 remates, das 28 ações com bola na área e dos sete cantos, os leões não conseguiram bater Vlachodimos e, à exceção de um cabeceamento à trave de Sarabia no início da segunda parte, não tiveram grandes oportunidades flagrantes para chegar a outro resultado mesmo dominando por completo a posse de bola. E, com aquela que foi apenas a segunda derrota em casa no Campeonato de Rúben Amorim, o Sporting já perdeu tantos pontos e sofreu tantos golos como na última época. A desvantagem para o FC Porto passou assim de seis para nove pontos. E o técnico assumiu que o título está perdido.

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“Foi um jogo desinspirado nos momentos em que é preciso. Sofremos um golo num lance em que a bola está claramente controlada e no outro lado do campo, depois o Benfica jogou muito baixo à procura do nosso erro e faltou-nos inspiração. No último passe, no cruzamento, nas bolas paradas… Tivemos imensas bolas paradas mas eram todas cumpridas e assim torna-se difícil. Houve transpiração por parte dos jogadores mas é futebol, é duro quando se perde a oportunidade de lutar por um título mas há que levantar a cabeça porque temos agora a Taça de Portugal e esse tem de ser o nosso foco”, começou por referir na zona de entrevistas rápidas da SportTV, antes de explicar os planos B que não funcionaram.

“Mérito do Benfica ou demérito do Sporting? É tudo junto, claro que estão ali também adversários que defendem, mesmo com muita gente é preciso saber defender e eles conseguiram, tiraram-nos imaginação. Na segunda parte tentámos criar superioridade nos corredores, não conseguimos e foi claramente um dia sem inspiração da nossa equipa mas quando os jogadores dão tudo, não há muito mais a dizer”, disse.

“O Benfica tem jogadores rápidos e também aproveitaram isso, apanharam-se em vantagem muito cedo e depois tivemos de lutar contra isso, controlar as transições e arranjar soluções para bater uma equipa que defendia praticamente no último terço. Faz parte e a verdade é que a estratégia do treinador do Benfica foi melhor do que a do treinador do Sporting, está no resultado. É levantar a cabeça, temos mais uma prova para disputar na quinta-feira. Título perdido? Sim, agora temos de que fazer o máximo para ir à final da Taça de Portugal sabendo que vamos em desvantagem. É um momento duro da época mas ainda temos a Taça de Portugal e fechar o segundo lugar, que não está fechado”, acrescentou sobre o dérbi.

“Semana decisiva? Sim, é sinal que estamos nas decisões mas sabemos que tudo pode mudar, podemos fazer melhor na Taça. Equipa abalada? Ninguém sabe, por mim não e o que depender de mim, e também sei os jogadores que tenho, é dar o máximo para estar na final da Taça de Portugal, é um título que queremos conquistar. Já ganhámos dois mas obviamente não chega. Se o FC Porto é um justo campeão? Quando for matematicamente, todos os campeões costumam ser justos. Não ganhando para mim nada mais interessa… Agora é olhar em frente, temos a Taça de Portugal”, concluiu Rúben Amorim.