Vladimir Putin pondera o uso limitado de armas nucleares, caso a invasão à Ucrânia comece a fracassar, informa esta quarta-feira a Bloomberg. O Presidente russo está cada vez mais isolado nas decisões relacionadas com o rumo da guerra, confiando cada vez menos nos conselheiros do Kremlin para delinear a estratégia para abordar aquilo que considera ser a sua missão histórica.

De acordo com o que apurou o órgão norte-americano, a maioria dos oligarcas russos continua ao lado do Presidente russo, defendendo a estratégia bélica e a narrativa de que um conflito com o Ocidente é inevitável. Acreditam também que a economia russa conseguirá recuperar das sanções.

No entanto, a Bloomberg sabe que alguns destes empresários multimilionários consideram que a invasão se tratou de um erro catastrófico, temendo as repercussões financeiras e o isolamento internacional a que a Rússia ficará vetada num futuro próximo. É uma minoria, mas este grupo já fez chegar as suas preocupação a Vladimir Putin.

O Presidente russo parece continuar irredutível e afirma que a guerra económica do Ocidente está a falhar, mostrando-se confiante de que a economia russa vai adaptar-se às condições adversas. Além disso, sente que a população continua a apoiar a guerra e está disponível para fazer sacrifícios.

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O Kremlin prepara-se para uma dura batalha no leste da Ucrânia, da qual espera sair vitorioso. Vladimir Putin não pensa em render-se ou fazer concessões para chegar a um cessar-fogo — isso seria interpretado, indica a Bloomberg, como um sinal de fraqueza por parte da Rússia e levaria ao aumento do poderio norte-americano.

A Rússia esperava uma guerra rápida, mas o seu objetivo não foi concretizado por várias visões erróneas sobre a situação na Ucrânia. O órgão norte-americano afirma que o Kremlin tinha a expectativa de que as tropas russas fossem bem recebidas em território ucraniano — e também nunca esperou uma resistência tão aguerrida por parte de Kiev.

O chefe de Estado russo também tinha a crença de que Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, fugiria do país no momento em que começasse a invasão. A Bloomberg diz que foi o ex-dono do Chelsea e cidadão de nacionalidade russa e portuguesa, Roman Abramovich, quem convenceu Vladimir Putin de que tal não iria acontecer. 

A frustração também está aumentar nos serviços secretos russos, apurou a Bloomberg, que temem que a invasão falhe. A expectativa é que os combates durem mais umas semanas, coincidindo provavelmente com a data do desfile militar de 9 de maio.