O oligarca com nacionalidade russa e azeri, Vagit Alekperov, demitiu-se, esta quinta-feira, da presidência do Conselho de Administração da Lukoil, a segunda maior empresa petrolífera da Rússia que o magnata fundou em 1991 e que é responsável por 2% da produção de petróleo bruto no mundo.

Em comunicado, a Lukoil esclareceu que Vagit Alekperov possui uma participação de 3,12% na empresa, não sendo por isso “o acionista maioritário”. A sua resignação surge também dias depois de o Reino Unido e a Austrália lhe terem aplicado sanções, congelando os seus ativos.

Ao que a Reuters apurou, o oligarca apresentou a sua demissão alegadamente para proteger os interesses financeiros da empresa. O seu sucessor ainda não foi escolhido, apesar de se especular que o vice-presidente executivo, Vadim Vorobyov, possa ser o substituto.

A demissão acontece um mês e meio depois de a empresa condenar publicamente os “eventos trágicos da Ucrânia”. Em comunicado, a Lukoil apelava ao fim “do conflito armado”, expressando a “sincera empatia a todas as vítimas que foram afetadas por esta tragédia”.

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Apoiamos um cessar-fogo”, indicou a empresa petrolífera, acrescentando que os problemas entre a Rússia e a Ucrânia deviam ser resolvidos “através de negociações sérias e diplomacia”. “Nas suas atividades, a Lukoil aspira a contribuir para a paz e para os laços humanitários.”

Poucos são os conselhos de administração russos que condenaram publicamente a guerra. Detidas por oligarcas, muitos das empresas preferem apoiar o conflito armado ou a não se opor.

Com 72 anos, Vagit Alekperov chegou a ser secretário de Estado do Petróleo e Gás Soviético, na altura da queda da União Soviética.