Oitava Final Four da Youth League, quarta participação do Benfica. Após golearem o Sporting por 4-0 em Alcochete nos quartos, os encarnados juntaram-se a Chelsea e Barcelona como únicos clubes a marcarem presença entre os quatro melhores da prova em metade das edições da competição até ao momento, um recorde no troféu que nasceu em 2013. No entanto, existia ainda uma diferença com os ingleses e os espanhóis. E era essa diferença que os lisboetas tentavam começar a esbater esta época em Nyon.

Foi mais um passeio no parque com a bola nos pés de Diego: Benfica goleia Sporting em Alcochete e está na Final Four da Youth League

Nas outras três ocasiões, o Benfica tinha conseguido passar sempre as meias-finais mas acabou derrotado na final. Foi assim em 2014, quando goleou o Real Madrid mas perdeu a final frente ao Barcelona. Foi assim em 2017, com novo triunfo diante do Real Madrid antes da derrota com o RB Leipzig. Foi assim em 2020, última edição da prova que em 2021 foi suspensa devido à pandemia, quando bateu o Ajax mas perdeu de seguida o jogo decisivo com o Real Madrid. Essa era a grande diferença em relação a Chelsea e Barcelona, ambos com dois triunfos na competição: faltava ainda uma vitória na final.

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“A equipa está bem, como tem estado. É uma equipa com alguma experiência, tem internacionais, habituados a grandes provas. Relativamente à Juventus, já sabemos tudo. Estamos a passar a informação aos jogadores aos poucos. É uma equipa com muita qualidade desde trás. São quatro equipas muito fortes mas a Juventus é um clube diferente dos que temos apanhado porque a maior parte até agora são clubes formadores, que formam jogadores desde a base. A Juventus já tem um investimento muito alto, nestas idades já têm contratações de valores muito altos. Tornou-se numa equipa muito forte. Mas podem esperar o mesmo Benfica dos outros jogos. Vamos querer pressionar e mandar no jogo, sabemos que são 11 contra 11, o adversário também quer”, tinha resumido o técnico Luís Castro antes da viagem para a Suíça.

Com Rui Costa presente nas bancadas entre muitos adeptos do Benfica que pintaram de vermelho Nyon, houve um cartão que mudou por completo as coisas: nos 35 minutos iniciais, o conjunto português marcou, jogou, explorou as fragilidades contrárias e parecia ter o triunfo encaminhado; a partir daí, com o vermelho direto a Samuel Soares, a Juventus soltou-se, cresceu e chegou mesmo ao empate que levou tudo para a decisão das grandes penalidades. E aí André Gomes foi o herói improvável na vitória por 4-3, com duas defesas de castigos máximos incluindo o décimo e decisivo apontado pelo argentino Soulé. Na final, o Benfica vai reeditar o jogo decisivo de 2017 frente ao RB Salzburgo, que goleou o Atl. Madrid por claros 5-0.

A entrada tornou-se um autêntico vendaval de futebol ofensivo dos encarnados que deixou os jogadores da equipa transalpina a olhar uns para os outros sem saberem ao certo o que fazer: Martim Neto inaugurou o marcador após uma recuperação em zona alta de Cher N’Dour (3′), Luís Semedo aumentou a vantagem depois de uma grande jogada de Rafael Rodrigues pela esquerda que terminou com um míssil ao ângulo (10′) e Diego Moreira ficou perto de dar outra expressão ainda maior ao resultado. A Juventus tinha problemas em sair da primeira zona de pressão mas, quando isso começou a acontecer com regularidade, entrou no jogo e podia ter reduzido com um remate na trave e outro nas malhas laterais de Chibozo.

Tudo parecia controlado por completo pelo Benfica apesar da boa reação transalpina mas o vermelho direto ao guarda-redes Samuel Soares, numa entrada fora da baliza perto da linha lateral onde atingiu Mulazzi na cabeça, acabou por mudar as características de um encontro em que os encarnados tiveram de abdicar de Luís Semedo para manterem Diego Moreira e Pedro Santos sem referência ofensiva.

O segundo tempo iria ser um teste a essa capacidade de resistência do Benfica mas a pressão da Juventus nos minutos iniciais conseguiu ter frutos, com o inevitável Chibozi a ter um remate ao ângulo de fora da área que bateu ainda na trave para fazer o 2-1 (51′). Os encarnados precisavam de colocar em sentido o conjunto transalpino para poder respirar com e sem bola e foi também nessa fase que apareceram Pedro Santos e Diego Moreira, com dois lances em que ficaram muito perto do golo. No entanto, foi mesmo a formação de Turim a chegar ao empate com mais um grande golo de Turricchia (73′), deixando tudo em aberto para uns últimos minutos com o encontro mais partido e algum desgaste físico à mistura até à confirmação do empate a dois e da decisão através do desempate por grandes penalidades em Nyon.