Liverpool e Everton não lutam propriamente pelos mesmos objetivos há alguns anos. No entanto, aquilo que se tem passado na presente temporada seria complicado de antever olhando para os plantéis dos dois conjuntos e para as ambições do conjunto dos toffees. E era nesse contexto que se disputava mais um dérbi de Merseyside, sem margem de erro para nenhuma das equipas: depois da goleada do Manchester City ao Watford, o Liverpool tinha de vencer para voltar a ficar apenas com um ponto de desvantagem; após o triunfo do Burnley diante do Wolverhampton, o Everton teria de ganhar para não cair de novo na zona de despromoção ao Championship. Se dérbi já dérbi, este dérbi seria muito mais do que isso.

“Não é uma situação que estivesse à espera da nossa parte mas adoro estar aqui. É muito complicado, nós jogamos sempre. Não é possível planear que estaríamos ainda em todas as frentes mas os rapazes estão num bom momento e temos de voltar a mostrar isso mesmo”admitira Jürgen Klopp, olhando para um calendário onde além da Premier League tinha ainda as meias-finais da Champions e a final da Taça de Inglaterra já depois de ter conquistado a Taça da Liga. “Sabia que iríamos ser melhores, não imaginava que chegássemos aqui. A época passada foi complicada pelos motivos que conhecemos e conseguimos uma grande recuperação esta temporada”, acrescentou, recordando o atraso para o City.

“Vai ser um jogo muito complicado para nós, claro. Já vi este dérbi várias vezes de longe e estou feliz por poder estar agora também envolvido. Não podemos sempre controlar aquilo que pode ser o resultado mas é um facto que este encontro traz sempre uma energia diferente. Espero da minha equipa paixão, capacidade de luta e vontade. Não existe qualquer plano de jogo no mundo que possa resultar sem isso. Vamos jogar contra a equipa mais forte e em forma da Premier League mas devemos ver isso como algo positivo. Temos de lutar até ao último minuto, qualquer que seja o resultado. Não somos favoritos, isso parece-me claro, mas vamos mesmo ter de lutar”, salientara Frank Lampard, agora treinador do Everton.

Entre as 11 vitórias nas últimas 12 jornadas que tiveram como única exceção o empate em Manchester com o City, este acabou por ser o triunfo mais complicado do conjunto de Anfield. Não que tenha falhado no completo domínio do jogo (mais de 80% de posse) e nas chegadas ao último terço contrário mas o Everton foi-se conseguindo adaptar à forma de atacar dos reds e conseguiu ainda algumas saídas com perigo para a baliza de Alisson. Foi já com Luis Díaz e Origi em campo nos lugares de Naby Keita e Sadio Mané que acabou por surgir o golo, numa combinação à direita com cruzamento de Salah para o desvio de cabeça de Andy Robertson ao segundo poste para o seu segundo golo na temporada (62′). E seria suficiente para assegurar mais três pontos, carimbados com o 2-0 por Origi após um remate acrobático de Luis Díaz que se transformou numa assistência para aquele que continua a ser um pesadelo para o Everton (85′).

Em atualização

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