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A eficácia, a única resposta certa que podia ser dada à semana horribilis (a crónica do Boavista-Sporting)

Este artigo tem mais de 2 anos

Sporting converteu praticamente todas as oportunidades que teve com o Boavista e voltou às vitórias no Bessa. Matheus abriu o marcador, Abascal fez autogolo e Tabata estreou-se a marcar na Liga (0-3).

Matheus Nunes abriu o marcador para os leões, no Bessa, ainda na primeira parte
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Matheus Nunes abriu o marcador para os leões, no Bessa, ainda na primeira parte

EPA

Matheus Nunes abriu o marcador para os leões, no Bessa, ainda na primeira parte

EPA

Em novembro de 1992, no discurso que marcou o Jubileu de Rubi, a Rainha Isabel II decidiu descrever o ano que estava prestes a terminar com uma expressão em latim: annus horribilis. Os motivos eram vários, entre o fim dos casamentos de três dos quatro filhos e até um incêndio no Castelo de Windsor. Desde aí, porém, a frase tornou-se a designação mais utilizada na hora de definir um período de tempo particularmente azarado. Ou seja, era fácil chegar à conclusão de que o Sporting entrava em campo esta segunda-feira depois de uma semana horribilis.

Depois da derrota contra o Benfica em Alvalade e da derrota contra o FC Porto no Dragão, sendo que esta última significou também a ausência da final da Taça de Portugal, o Sporting defrontava o Boavista no Bessa com a certeza de que já não conseguiria lutar pelo título e iria apenas cumprir calendário até ao final da temporada. Mesmo a entrar em campo depois da derrota do FC Porto na Pedreira com o Sp. Braga — ou seja, já com a certeza de que os dragões não poderiam ser campeões nacionais esta segunda-feira –, a equipa de Rúben Amorim sabia que era necessário dar uma resposta firme e afirmativa às duas derrotas consecutivas contra os principais rivais.

Ficha de jogo

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Boavista-Sporting, 0-3

31.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Bessa, no Porto

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Boavista: Bracali, Reggie Cannon, Porozo, Abascal, Nathan (Yusupha, 60′), Vukotic (Reymão, 59′), Makouta, Filipe Ferreira (Ntep, 74′), Pedro Malheira, De Santis (Hamache, 74′), Gorré (Luís Santos, 74′)

Suplentes não utilizados: Beiranvand, Namora, Martim Tavares, Berna

Treinador: Petit

Sporting: Adán, Luís Neto, Coates (Feddal, 77′), Gonçalo Inácio, Ricardo Esgaio, João Palhinha, Matheus Nunes (Manuel Ugarte, 57′), Nuno Santos (Rúben Vinagre, 68′), Marcus Edwards, Sarabia (Daniel Bragança, 77′), Pedro Gonçalves (Bruno Tabata, 68′)

Suplentes não utilizados: André Paulo, João Virgínia, Gonçalo Esteves, Rodrigo Ribeiro

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Matheus Nunes (37′), Abascal (58′, ag), Bruno Tabata (83′, gp)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Gorré (23′), a Luís Neto (35′), a Gonçalo Inácio (79′), a Abascal (82′)

“Os rapazes estão focados e concentrados, sabemos da responsabilidade que é ficar em segundo lugar. É óbvio que estamos atentos ao Benfica, porque é quem vem atrás, mas sabemos que temos sempre de ganhar e pouco interessa aquilo que o adversário faz. É importante regressar às vitórias. Vamos atirar-nos ao jogo e divertimo-nos, com responsabilidade. Desde que comecei a trabalhar aqui que as coisas mudaram muito, os resultados, ninguém pode fazer o meu trabalho por mim e às vezes tenho de tomar decisões que são pouco populares. Eu tenho de fazer aquilo que acho que tenho de fazer. O meu foco é ganhar e deixar o Sporting melhor do que o encontrámos”, explicou o treinador leonino na antevisão da deslocação ao Bessa.

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Assim, e com a certeza de que não existia nenhuma referência ofensiva disponível — porque Paulinho estava castigado e Slimani está de fora das opções de Rúben Amorim –, o Sporting entrava em campo com Pote, Sarabia e Marcus Edwards no trio ofensivo. Palhinha era titular, em detrimento de Manuel Ugarte, e Nuno Santos aparecia no corredor esquerdo face à ausência de Matheus Reis devido a um castigo ainda relacionado com os confrontos no relvado do Dragão após o Clássico com o FC Porto.

Em campo, o Sporting entrou no jogo claramente com o objetivo de controlar as ocorrências e assumir desde logo o ascendente na partida e fê-lo essencialmente através da posse de bola, atuando praticamente por inteiro no meio-campo adversário. Contudo, à exceção de um remate enrolado e ao lado de Matheus Nunes (3′), os leões tinham muitas dificuldades para criar verdadeiras oportunidades de golo e limitavam-se a rodear a área do Boavista sem grandes consequências, sempre muito limitados pela defesa da equipa de Petit.

Ao mesmo tempo, os axadrezados demonstravam pouco prurido na hora de lançar a transição ofensiva e levavam até mais remates do que o Sporting, algo que não ficava alheio à exibição positiva e impactante de Gorré. Luís Neto e Coates acabaram por travar os dois momentos de maior perigo do Boavista, ao intercetarem remates de De Santis (21′) e Gorré (31′), e os leões só conseguiram responder com um lance em que Bracali parou um cruzamento de Nuno Santos e voltou a defender a recarga de Pedro Gonçalves logo depois (24′).

Ainda assim, o Sporting acabou por conseguir chegar à vantagem numa jogada proporcionada por um erro defensivo do Boavista. Porozo falhou a interceção a um cruzamento de Nuno Santos na esquerda, Pote colocou a bola à entrada da grande área de calcanhar, Sarabia deixou passar e Matheus Nunes, de primeira, atirou para abrir o marcador (37′). Até ao fim da primeira parte, Sarabia ainda ficou muito perto de aumentar a vantagem, com um remate em jeito que Bracali afastou com uma boa defesa (41′), e os leões foram a ganhar para o intervalo apesar da exibição pouco vistosa e algo entregue aos serviços mínimos.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Boavista-Sporting:]

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e o Boavista acabou por ser a primeira equipa a criar perigo, com De Santis a obrigar Adán a uma defesa apertada depois de um remate de fora de área (50′). Makouta voltou a ameaçar um empate, com um pontapé ao lado depois de uma assistência de Nathan (56′), e Rúben Amorim reagiu com uma substituição aparentemente forçada por motivos físicos, trocando Matheus Nunes por Manuel Ugarte. Os axadrezados iam procurando o golo da igualdade, criando até mais situações de desequilíbrio no último terço adversário, mas voltaram a ser os leões a demonstrar eficácia.

Num lance muito caricato, Pote lançou Edwards na direita e o inglês tentou cruzar para a grande área, com a bola a desviar em Abascal e a passar por cima de Bracali para entrar na baliza do Boavista (58′). O Sporting beneficiava de um autogolo pela primeira vez nesta edição da Primeira Liga e Petit reagia com a entrada de Yusupha para o lugar de Nathan a cerca de meia-hora do apito final, numa altura em que o desígnio decisivo da partida já parecia algo fechado.

O jogo entrou numa fase mais incaracterística, Pote foi o único a ameaçar alterar o resultado com um pontapé de fora de área que Bracali encaixou (66′) e Amorim voltou a mexer ao trocar Nuno Santos e o próprio Pote por Rúben Vinagre e Bruno Tabata. Até ao fim, já depois de João Palhinha acertar em cheio na trave de cabeça depois de um pontapé de canto cobrado na esquerda (79′), Tabata fechou as contas ao converter uma grande penalidade que ele próprio sofreu (83′).

O Sporting voltou às vitórias depois das derrotas com o Benfica e o FC Porto e venceu o Boavista no Bessa, ficando novamente a seis pontos da liderança dos dragões. Sem uma exibição brilhante ou especialmente inspirada, os leões deram a única resposta que podia ser dada à semana horribilis: a eficácia.

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