Oito recuperações de bola, quatro desarmes, três alívios, uma eficácia quase perfeita de passe. Depois de ter sido o melhor do Benfica na primeira parte, Sandro Cruz manteve um bom rendimento no segundo tempo entre alguns erros quase “normais” num jovem que faz a estreia pela equipa principal e ouviu o seu nome entoado pelos adeptos encarnados quando foi substituído. As últimas duas semanas não foram fáceis para o lateral esquerdo, que foi alvo de insultos racistas no jogo da equipa B em Vila do Conde frente ao Rio Ave e assumiu no último fim de semana não estar a lidar da melhor forma com a situação. Agora, no triunfo frente ao Marítimo, voltou a sorrir. E também Tiago Gouveia foi suplente utilizado no Funchal.

Ao todo, e desde que assumiu a equipa no final de dezembro, Nelson Veríssimo lançou cinco jogadores da equipa B. Começou com Paulo Bernardo, passou depois pelos campeões europeus da Youth League Tomás Araújo e Henrique Araújo, chegou agora a Sandro Cruz e Tiago Gouveia. E, a dois jogos de deixar a Luz para assumiu outro projeto, o técnico assume que esse terá de ser o caminho do Benfica.

“Significa que há qualidade na formação do Benfica. São jogadores que conheço perfeitamente, tive essa oportunidade de trabalhar com eles no passado, tinha a tranquilidade que iriam dar uma resposta positiva, correndo bem ou menos bem estava seguro em relação a isso. Nesse contexto, em função de algumas oportunidades que vão surgindo, o Grimaldo não veio por opção porque tinha quatro amarelos e podia falhar o jogo com o FC Porto, abriu a vaga de lateral esquerdo e entendemos que era o momento. Esteve muito bem, nada a apontar para uma estreia. O Tiago Gouveia também veio nesse contexto, achámos que podia servir as nossas necessidades e no momento que achámos oportuno lançámos. No futuro, o que interessa é haver continuidade na aposta”, comentou na flash interview da SportTV.

“Fizemos um bom jogo, era importante darmos uma resposta depois do empate que tivemos em casa com o Famalicão. Sabíamos que íamos ter um jogo difícil, o Vasco [Seabra] tem feito um excelente trabalho aqui no Marítimo e basta ver a recuperação na classificação e a qualidade de jogo que apresentam com a sua entrada. Tornámos o jogo mais fácil com um golo cedo, fomos dominando o jogo, a expulsão de um jogador do Marítimo também facilitou a tarefa, fomos criando oportunidades suficientes para dilatar o resultado e não passar momento mais apertados no final com transições mas controlámos bem e é um resultado justo. Agora é recuperar para o próximo jogo”, sublinhou sobre o jogo, antes de falar da falta de golos numa partida resolvida pela margem mínima mas que foi a terceira partida seguida com a baliza a zero.

“Jogámos contra menos um e normalmente os jogos tornam-se mais difíceis porque as equipas baixam um bocado mais o bloco e tentam o contra-ataque. Fomos conseguindo desmontar a sua estrutura defensiva, criámos oportunidades, claro que há demérito da nossa parte na finalização porque a forma como lá chegamos é com critério e houve mérito também na ação do guarda-redes e dos defesas”, frisou o técnico.

“Futuro até ao final do Campeonato? Da nossa parte são dois jogos, seis pontos, duas vitórias. O clube que representamos a isso obriga, sabendo que serão dois jogos difíceis”, concluiu, numa altura em que o Sporting necessita apenas de um ponto nas últimas três jornadas para carimbar a segunda posição.

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