Mais uma semana, mais um prémio. Desta vez individual, ao ser eleito o Melhor Jogador da Champions com 15 golos e duas assistências apenas em 12 jogos, depois do coletivo, a conquista de mais uma Liga dos Campeões, quinta da carreira. E já tinha sido assim antes, com a vitória na Liga espanhola onde se sagrou o melhor marcador à semelhança do que aconteceu nas provas europeias. Onde havia uma luta por algo, ele estava lá. A marcar, a assistir, a correr que nem um desalmado para ajudar a equipa como capitão. Esta foi a melhor época de sempre na carreira de Karim Benzema e os números refletem isso mesmo.

Hat-tricks consecutivos, 12 golos, um nome: Monsieur Benzema é o único e Real Mr. Champions

Entre os 46 encontros oficiais que realizou na Liga, na Champions e na Supertaça de Espanha (não se chegou a estrear nesta Taça do Rei), o avançado francês marcou um recorde pessoal de 44 golos e fez ainda mais 15 assistências, terceira melhor temporada nesse particular desde que chegou ao Real Madrid. Com isso, e assumindo muitas vezes o papel de capitão pela ausência dos titulares de Marcelo, foi um destaque inevitável que também pelas conquistas coletivas desequilibrou a balança da Bola de Ouro em relação a outros potenciais candidatos como Kevin de Bruyne, eliminado nas meias com o Manchester City.

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“O Benzema teve uma temporada espectacular e ganhou a Liga dos Campeões, sendo decisivo a partir dos oitavos. Não tenho dúvidas, a Bola de Ouro deve ser ele”, assumiu esta semana o argentino Lionel Messi em entrevista à TyC Sports. O jogador com mais vitórias de sempre no galardão não tinha dúvidas, todos os seus companheiros de equipas não tinham dúvidas, os principais adversários não tinham dúvidas. E essa questão dos números, além da importância no sucesso na Champions, tinha um peso grande: marcou ou assistiu em 32 dos 46 jogos, esteve em quase 50% dos golos do Real Madrid na Liga, fez dez golos na fase a eliminar da Liga dos Campeões como Ronaldo fizera na temporada de 2016/17.

Bola de Ouro? Vamos ver o que acontece. Tenho troféus e outras coisas em campo também [golos]. Oxalá, mas o mais importante é desfrutar da vitória”, disse após a Champions.

Ao contrário do que tem acontecido nos últimos anos, como por exemplo em 2021 onde seriam talvez mais aqueles que consideravam que Lewandowski deveria ganhar do que quem defendia Lionel Messi (que na hora da verdade levou o sétimo galardão para casa), há quase uma unanimidade em torno de Benzema. No entanto, nem todos estão de acordo com essa escolha do avançado fora do mundo do desporto e um dos críticos também é francês e com anteriores responsabilidades no governo do país, numa intervenção pública que até começou com todos os incidentes que marcaram a final da Champions.

Benzema faz um hat-trick, consegue remontada épica e Mbappé aprende a última Real lição ao serviço do PSG

“A polícia diz que a culpa é da organização, a UEFA agora diz o contrário. Eu não sou especialista, mas isto não impede de ver a realidade de um desporto que está a ficar podre pelo dinheiro e pelos jogadores, que são colocados num pedestal”, disse à TF1 Luc Ferry, antigo ministro da Educação de França entre 2002 e 20024, no governo gaulês que foi liderado por Jean-Pierre Raffarin.

Foi mesmo culpado no caso da “Sex tape” de Valbuena: Benzema condenado a um ano de pena suspensa e multa de 75.000 euros

“Quando Benzema é condenado a um ano de prisão com pena suspensa por tentativa de chantagem e depois vão dar-lhe a Bola de Ouro, que mensagem é que estamos a enviar para os loucos dos adeptos? É que a justiça não existe, que a polícia não existe, que não há regras quando somos estrelas”, acrescentou ainda Luc Ferry, tendo em conta a acusação do avançado no caso que envolvia o antigo companheiro de seleção Mathieu Valbuena e que afastou seis anos o jogador das escolhas dos bleus.