Nas trincheiras de Kharkiv ou em bunkers, vários militares ucranianos fizeram uma pausa na guerra para assistir ao jogo de futebol da Ucrânia contra a Escócia esta quarta-feira.

No primeiro jogo oficial desde o início do conflito, a seleção ucraniana, determinada a dar uma alegria aos que assistiam ao jogo, venceu em solo escocês a equipa da casa por 3-1 e vai disputar a presença no Mundial do Qatar contra o País de Gales. Em imagens partilhadas no Instagram é possível ver os soldados eufóricos com o triunfo.

Durante 90 minutos, o futebol foi um escape tanto para as forças na frente de batalha como para os milhares de ucranianos que assistiram à partida nas suas casas.

O Presidente da Ucrânia resumiu o jogo como “duas horas de felicidade”. No Instagram, Volodymyr Zelensky deixou a seguinte mensagem aos jogadores: “Há momentos em que não são precisas muitas palavras! Apenas orgulho! Só obrigado (…) Lutaram, tiveram perseverança. Eles ganharam. Porque são ucranianos! Uma alegria para os nossos militares e para todo o país. Estamos a lutar, cada um na sua frente. Pela nossa bandeira azul e amarela, pelo nosso brasão e com os nossos corações, pelo lema ‘A Ucrânia ainda não está morta’ que ninguém pode silenciar”.

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No final do jogo, o treinador da Ucrânia, Oleksandr Petrakov, fez declarações aos jornalistas e, segundo a CNN Internacional, revelou não ter “emoções”. “Esta vitória não foi para mim, nem para os jogadores. Foi para o nosso país. Jogámos para aqueles que lutam nas trincheiras, aqueles que lutam até à última gota de sangue”.

Já Zinchenko recorreu ao Instagram, onde colocou uma fotografia da partida de quarta-feira, para salientar que falta “um jogo” para que a Ucrânia consiga garantir presença no Mundial do Qatar.

O jogo da Ucrânia contra a Escócia foi também a oportunidade para que Pelé se pronunciasse sobre a guerra. O antigo jogador caracterizou o atual conflito como “perverso e injustificável”, acrescentando que “não traz nada além de dor, medo, terror e angústia”.

A guerra só existe para separar nações, e não ideologia que justifique” os ataques que “enterram sonhos de crianças”.

Foi com uma referência a Putin, que Pelé concluiu a carta aberta que publicou no Instagram: “O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscovo, no nosso último encontro em 2017.”