Um estudo divulgado esta quarta-feira avança que a disseminação metastática do cancro da mama acelera durante o sono, sugerindo que os tratamentos para a doença seriam mais eficazes quando aplicados ao final do dia.

A descoberta foi feita por uma equipa de investigadores da universidade suíça ETH, em Zurique, e publicada esta quarta-feira pela Nature, num artigo aceite pela revista em maio de 2022.

Na investigação, os cientistas indicam que a propagação metastática do cancro ocorre pela disseminação de células tumorais circulantes (CTCs na sigla em inglês), mas apontam que a dinâmica temporal das metástases por estas originadas é “descaracterizada”.

A equipa descobriu um “padrão inesperado” na dinâmica das CTCs em pacientes com cancro da mama e também em modelos com ratos – abordagens experimentais em que estes animais são geneticamente manipulados para desenvolver tumores mamários. Os resultados obtidos demonstram que estas células são altamente propensas a metastizar quando estão em fase de repouso, enquanto as CTCs geradas durante a fase ativa são desprovidos da capacidade para desenvolver metástases.

Assim, os investigadores concluem que a geração espontânea destas células não ocorre continuamente, mas concentra-se durante o período de sono. Agora, os investigadores pretendem investiar como podem incorporar-se estas descobertas nos tratamentos oncológicos existentes com o objetivo de otimizar as terapias.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o cancro da mama é uma das formais mais comuns de cancro. Em 2021, 2,3 milhões de mulheres foram diagnosticadas e 685000 morreram devido a esta doença em todo o mundo.

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