Em Portugal, contrariamente a outras especialidades médicas, a medicina dentária é exercida 99,5% em consultórios privados.

A presença destas micro e pequenas empresas (PME) na economia, tem aumentado de forma significativa. Contudo, muitas destas não se conseguem manter e estabelecer de forma permanente, num mercado competitivo e extremamente desregulado.

Na minha visão, estão expostas a diversos riscos estratégicos e operacionais, como é o caso do aumento dos custos, burocracias impostas excessivas – levadas ao extremo – e ao apelo constante para que os pacientes obtenham seguros e planos de saúde.

Torna-se imperativo que as empresas se mantenham sustentáveis para que consigam superar os inúmeros desafios e adversidades do quotidiano. Desta forma, é importante  ter  a capacidade para gerar resultados, de modo a garantir a sua continuidade e crescimento económico de forma ética e justa.

A sustentabilidade está diretamente interligada com o conceito de vantagem competitiva (saudável), no sentido de criação de valor e orientação que permita garantir a sobrevivência e o crescimento a longo prazo.

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Em conversa com colegas que têm clínicas dentárias (e por experiência própria), sei que estas são multitasking, ou seja, incorporam desafios reais nos seus negócios com espírito de liderança, mas referem ter falta de recursos e de uma orientação clara sobre como operar esta mudanças para a sustentabilidade em linha com a exigência dos tempos que vivemos.

Num mercado único sem fronteiras é premente que medidas a favor das PME se baseiem numa definição comum, de modo a melhorar a sua coerência e eficácia, reduzindo as distorções da concorrência. Não tenho dúvida de que estas empresas conseguirão transformar e liderar o caminho da sustentabilidade, para bem de todos os stakeholders do mercado. Será que as podemos ajudar a abraçar este desafio e tornar a nossa economia, não apenas altamente competitiva, mas também um exemplo, ao mais alto nível, de uma “Economia de Futuro” e sustentável para todos?

Tenho a certeza que sim.

Fica o alerta de que muitas estão a encerrar e de que somos imprescindíveis no ciclo da saúde.

E, com extrema preocupação pelo doente, estou convicta que o ponto mais frágil da saúde oral em Portugal é resultado da ausência de uma visão estratégica, e da percepção de que a sustentabilidade destas clínicas e consultórios, passa por uma incorporação urgente num conceito estruturado de um sistema integrado, abarcando os setores público, privado e social e a desejável interação entre todos.

É mister desenhar planos plausíveis, com o contributo de todos, estabelecendo metas concretas, desde a prevenção ao tratamento e, perante esta realidade, identificar o que falta e onde, e atuar!

É pois tempo de agir, quantificando com eficácia as necessidades e expondo os resultados da mesma forma.

Teremos a noção do significado de economia circular?