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Nos últimos 100 anos, só quatro foram primeiros-ministros durante menos tempo. Boris Johnson demitiu-se após 1.079 dias no cargo

Este artigo tem mais de 1 ano

Neste século, só Gordon Brown foi primeiro-ministro do Reino Unido durante menos tempo que Boris — 1.049 dias. Desde 1922, só outros três governantes foram mais fugazes do que 'BoJo' no cargo.

UK Parliament Recalled To Vote On Brexit Deal
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Boris Johnson apresentou esta quinta-feira a demissão, mas não se sabe até quando permanecerá no cargo. Poderá ainda ultrapassar Theresa May, que se manteve 1.108 dias no 10 de Downing Street

Getty Images

Boris Johnson apresentou esta quinta-feira a demissão, mas não se sabe até quando permanecerá no cargo. Poderá ainda ultrapassar Theresa May, que se manteve 1.108 dias no 10 de Downing Street

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Dependendo dos desenvolvimentos da crise política em curso no Reino Unido — que esta quinta-feira atingiu o seu zénite, com Boris Johnson a convocar a imprensa para finalmente apresentar a sua tão reclamada demissão —, a presente lista poderá passar de quatro para cinco.

Se o conservador se mantiver mesmo no número 10 de Downing Street até ao outono, como já disse ser sua intenção, Theresa May entrará no rol de primeiros-ministros que menos tempo passaram no cargo, sendo ultrapassada por ‘Bojo’ — ela esteve 1.108 dias na mesma morada, ele, para já, vai nos 1.079, mas continua a contar.

Neste momento, as contas são estas: nos últimos cem anos, no Reino Unido, só quatro pessoas detiveram o cargo durante menos tempo do que Alexander Boris de Pfeffel Johnson, empossado a 23 de julho de 2019, justamente em substituição da também conservadora Theresa May.

Desde que o século XXI começou, só um ex-governante tem lugar neste rol: o trabalhista Gordon Brown, que a 11 de maio de 2010, cinco dias depois de umas eleições gerais desastrosas que custaram 91 assentos parlamentares ao Labour, apresentou a demissão do cargo para o qual tinha sido indicado 1.049 dias antes.

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Será muito provavelmente o nome mais reconhecível da curta lista — os três restantes foram empossados entre 1937 e 1963. Saiba quem são.

Neville Chamberlain

Apesar de ter ficado para a História como um político “conciliador”, foi durante o mandato de 1.078 dias de Neville Chamberlain, primeiro-ministro britânico entre maio de 1938 e maio de 1940, que a Inglaterra declarou guerra à Alemanha — pela segunda vez.

Prime Minister Neville Chamberlain (1869-1940) greeting crowds on return, 16 September 1938.

O conservador Neville Chamberlain tomou posse em 1937, aos 68 anos

SSPL via Getty Images

Até ao dia 3 de setembro de 1939, quando finalmente anunciou aos microfones da rádio pública o estado de guerra, dois dias após Hitler invadir a Polónia, Chamberlain fez de tudo para evitar a Segunda Guerra Mundial. Incluindo assinar, um ano antes, o Pacto de Munique, e aceitar a anexação pela Alemanha nazi de parte da então Checoslováquia — com a convicção de que estava a acordar a “paz no nosso tempo”.

Foi Sir Winston Churchill, o seu mais audível opositor (que aquando da assinatura de documentos em Munique não se tinha acanhado em declarar o pacto “uma derrota total”), quem tomou o seu lugar quando, no dia 10 de maio de 1940 Neville Chamberlain perdeu a confiança da Câmara dos Comuns e decidiu pedir a demissão do cargo.  Num forte contraste com os seus 2 anos e 348 dias, Churchill manteve-se no cargo ao longo de 8 anos e 239 dias.

Anthony Eden

Quando, no dia 7 de abril de 1955, foi empossado como primeiro-ministro do Reino Unido, Anthony Eden tinha 57 anos e já tinha sido secretário dos Negócios Estrangeiros por três vezes — em momentos particularmente complicados, como foram os períodos da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria.

Anthony Eden

Anthony Eden, do Partido Conservador, sucedeu a Churchill. Esteve um ano e 279 dias como primeiro-ministro

Getty Images

Eleito em eleições gerais, menos de um mês após ter ocupado o lugar deixado vago por Winston Churchill, Eden não teve um mandato fácil — e em um ano viu cair os seus índices de aprovação de 70% para cerca de 40%.

Manteve-se no cargo menos de dois anos, até 9 de janeiro de 1957. A forma como lidou com a crise no Canal do Suez, no ano anterior, foi a última estocada contra a sua reputação. Depois de ter invadido a região — juntamente com França e Israel e em resposta à nacionalização por Gamal Abdel Nasser da mais importante rota comercial marítima do mundo —, e de ter sido rechaçado pelas Nações Unidas e repudiado por elas, pela União Soviética e pelos Estados Unidos, Anthony Eden não teve outra opção senão renunciar.

Alec Douglas-Home

Dizem que foi um primeiro-ministro “inesperado”, o 14.º do século XX no Reino Unido, que para o ser teve de abdicar do título nobiliárquico que herdara do pai — nada menos do que o 14.º Conde de Home.

Alec Douglas-Home At Northolt

Alec Douglas-Home não chegou a um ano no cargo: perdeu as eleições para o trabalhista Howard Wilson, em 1964

Getty Images

Empossado aos 60 anos, Alec Douglas-Home foi o último primeiro-ministro britânico anteriormente com assento na Câmara dos Lordes a ocupar o cargo — em que não permaneceu durante um ano sequer, ao todo só esteve 363 dias em Downing Street.

Secretário da Commonwealth justamente na época da Crise do Suez, Alec Douglas-Home era secretário dos Negócios Estrangeiros quando o também conservador Harold ‘Supermac’ MacMillan abdicou, a 18 de outubro de 1963. Contra todas as expectativas, foi eleito como seu sucessor no partido — mas nunca foi consensual, nem sequer entre os tories.

Perdeu as eleições em 1964, para o trabalhista Harold Wilson, e pôs fim a um ciclo de 12 anos de liderança do Reino Unido por parte do Partido Conservador.

Gordon Brown

Quando, a 27 de junho de 2007, substituiu Tony Blair e tomou posse como primeiro-ministro, Gordon Brown era o chanceler do Tesouro há mais tempo no cargo desde 1820 — 10 anos e 56 dias.

President Sarkozy Visits London

Gordon Brown era o Chanceler do Tesouro mais longevo no cargo desde 1820 quando tomou posse como primeiro-ministro. Não repetiu a experiência no novo cargo

Getty Images

Se tivesse tido a mesma longevidade no número 10 de Downing Street, o trabalhista não faria parte desta lista: no total, esteve apenas dois anos e 318 dias no cargo. Foi o tempo suficiente para, realça o site do governo britânico, supervisionar “a devolução de poderes na Irlanda do Norte, a retirada das tropas do Iraque, e a primeira Lei sobre Alterações Climáticas do mundo”.

Em 2010, com 59 anos, o trabalhista perdeu as eleições e foi sucedido por David Cameron — que se manteve primeiro-ministro do Reino Unido entre 11 de maio desse ano e 13 de julho de 2016.

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