A Covid-19, a crise dos componentes e a invasão da Ucrânia trocaram as voltas à Rimac, que se viu forçada a atrasar sucessivamente o seu Nevera, um monstro com quatro motores eléctricos que totalizam 1914 cv, o que lhe permite atingir os 100 km/h em 1,97 segundos, para depois ganhar velocidade até chegar aos 412 km/h. Mas depois de construídos 18 protótipos, utilizados para o desenvolvimento do veículo e para os necessários crash tests, eis que finalmente saiu da linha de montagem o primeiro modelo de série.

Este Nevera, na realidade, não entra na contabilização dos 150 que a Rimac se comprometeu fabricar para vender a clientes. Isto porque se trata da unidade com o n.º 000 e ficará na posse do construtor, que o reservará para exposições ou demonstrações a clientes interessados. Sabe-se igualmente que uma das primeiras unidades do hiperdesportivo terá como proprietário Nico Rosberg, ex-campeão do mundo de F1 com a Mercedes, que já confessou morrer de amores pela bomba croata.

Rimac Nevera é o novo carro mais rápido do mundo

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Com cada Nevera a exigir um período de cinco semanas de produção, o coupé eléctrico da Rimac recorre a um chassi integralmente construído em fibra de carbono que, de acordo com o fabricante, é a maior peça produzida neste tipo de material, permitindo, só por si, economizar cerca de 200 kg face à construção convencional em alumínio. E é bom que a Rimac tenha poupado no peso, uma vez que instalada na plataforma do modelo está uma bateria com uma capacidade de 120 kWh, o que explica a autonomia anunciada de 550 km.

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Para controlar o Nevera, a Rimac não recorre aos tradicionais sistemas de controlo de estabilidade (ESP) ou de tracção (TCS), optando por uma solução com vectorização de binário da casa, o R-AWTV 2, que se adapta às condições cerca de 100 vezes por segundo. Isto só é possível graças ao potencial de modulação dos motores eléctricos, que é bom recordar que, neste caso, além dos já mencionados 1914 cv, fornecem ainda 2360 Nm e a capacidade de regenerar até 300 kW de energia durante as travagens e desacelerações.

O sistema eléctrico a 800V apressa o carregamento da bateria, que a Rimac anuncia poder aceitar uma potência de 500 kW, o que teoricamente permitirá ir de 0% a 80% de carga em somente 19 minutos. Aguarda-se, contudo, uma demonstração em condições reais, uma vez que o sistema que a Rimac vendeu à Porsche também deveria permitir recarregar a 350 kW, mas a marca limitou prontamente a potência de carga a 270 kW, para não colocar em causa a vida e a segurança das células do acumulador.

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As 150 unidades a produzir do Nevera serão entregues aos clientes por troca de 2 milhões de euros (antes de impostos), um valor elevado exigido pela marca que passou a ser responsável pela Bugatti, o construtor histórico que pede 2,5 milhões de euros (mais taxas) por cada um dos seus 500 Chiron.