O sorteio já tinha pouco mais do que uma semana, o nome do adversário foi conhecido apenas esta terça-feira. Enquanto Roger Schmidt foi fazendo a sua preparação de pré-época no Benfica com quatro jogos e outras tantas vitórias nos particulares realizados até à Eusébio Cup desta noite com o Newcastle, a equipa de analistas dos encarnados acompanhou os dois encontros da segunda pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Champions para ter a possibilidade de observar em competição oficial o adversário com quem iria fazer a estreia oficial na presente temporada, na Luz, na próxima terça-feira. No entanto, e se o favoritismo teórico parecia mais ou menos definido no sorteio, a história foi escrita de forma diferente.

De um lado, e como favorito na eliminatória, encontrava-se o Midtjylland, vice-campeão da Dinamarca com um histórico altamente negativo nos encontros realizados com equipas portuguesas. Os Lobos, como também são conhecidos, ficaram apenas a um ponto do campeão Bröndby e ganharam a Taça, o que valeu a passagem à qualificação para a Liga dos Campeões onde nunca passaram da terceira pré-eliminatória, sendo sempre relegados para a Liga Europa. Foi aí que defrontaram o Sporting ainda como Taça UEFA em 2001 (0-3 e 2-3), o V. Guimarães em 2011 ainda no apuramento (0-0 e 1-2) e o Sp. Braga na última época na fase de grupos (1-3 e 3-2). Sendo um clube recente com menos de 25 anos mas por onde passou Kjaer quando era mais novo e Van der Vaart ou Vagner Love no final da carreira, apostava muito nestes jogos apesar do mau início de Campeonato, com um empate frente ao Randers e uma derrota com o Silkeborg.

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Entre as quatro hipóteses, saiu o adversário a definir: Benfica defronta Midtjylland ou AEK Larnaca na 3.ª pré-eliminatória da Champions

Do outro, e como uma espécie de outsider, estava o AEK Larnaca, segundo classificado do Chipre a quatro pontos do campeão Apollon que não conseguiu sagrar-se campeão e que pela primeira vez chegava a uma fase de qualificação para a Liga dos Campeões em 28 anos de história (cumpridos curiosamente no dia do sorteio da terceira pré-eliminatória da competição). Neste caso, e ao contrário do que acontecia com a formação escandinava, os cipriotas tinham ligações mais diretas a nível de jogadores a Portugal: Bruno Gama, ala campeão europeu Sub-17 formado no Sp. Braga e que passou pelo FC Porto, que estava agora na Grécia ao serviço dos gregos do Aris Salónica; Rafael Lopes, avançado que se destacou na Académica e que estava nos polacos do Legia Varsóvia; e Luís Gustavo, médio formado no Barcelona que foi internacional Sub-21 por Portugal, passou pelo Rio Ave e rumou na última temporada ao AEK vindo do Castellón.

Na primeira mão, o empate escondia uma realidade diferente do que se passou em campo. A posse de bola até foi repartida, com o AEK Larnaca a ficar nos 47%, mas em tudo o resto houve a esperada superioridade do Midtjylland. Nos remates (24-5), nos cantos (16-0), nas oportunidades flagrantes (4-1), até no número de bolas nos postes (2-0). No entanto, e contra tudo isso, foram os cipriotas que chegaram à vantagem já nos dez minutos finais por Ádám Gyurcsó (81′), num golo que seria “anulado” pouco depois com a igualdade marcada por Sviatchenko (84′). Apesar do domínio dinamarquês, a decisão seguia para o Chipre com tudo em aberto quando se pensava que o fator casa poderia fazer diferença no favoritismo.

Com Luís Gustavo de início e Bruno Gama e Rafael Lopes a começarem no banco, voltou a ser o AEK Larnaca a passar para a frente do jogo neste caso no início, com Faraj a trabalhar bem pela esquerda e a cruzar para o cabeceamento de Olatunji (9′). A equipa do técnico espanhol José Luis Oltra voltava a estar na frente da eliminatória mas essa vantagem durou de novo um par de minutos, com Dalsgaard a fazer o 1-1 na sequência de um canto marcado por Joel Andersson (12′). Tudo empatado mais uma vez, bolas no poste pelos dinamarqueses outra vez, desta vez com Isaksen a acertar no ferro antes do intervalo (34′). A partida iria depois cair de qualidade com o passar dos minutos, chegando mesmo ao prolongamento e às grandes penalidades após 120′, com o Midtjylland a ser mais feliz no desempate e a ganhar por 4-3 com a decisão a ter como protagonista Luís Gustavo, que falhou a quinta a decisiva tentativa que decidiu o jogo.