Um antigo conselheiro de alto nível do Presidente russo que deixou a Rússia depois da invasão da Ucrânia está desde domingo nos cuidados intensivos, devido alegadamente a uma doença neurológica. Considerado o “pai dos oligarcas“, Anatoli Chubais foi internado num hospital da Sardenha, em Itália.

Anatoly Chubais, o “Pai dos Oligarcas”, abandona cargo como representante de Putin e deixa a Rússia

Segundo o testemunho na rede social Telegram de uma amiga próxima da família de Anatoli Chubais, o ex-conselheiro de Vladimir Putin sofre de síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma doença rara que afeta o sistema imunitário do corpo, ataca os nervos e causa fraqueza dos músculos.

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Contudo, o centro hospitalar italiano nunca deu grandes detalhes sobre o estado de saúde do pai dos oligarcas. Segundo o ABC, o hospital apenas referiu que o estado de saúde de Anatoli Chubais melhorou nas últimas horas, mas não revelou o diagnóstico.

Anatoli Chubais estava de férias na Sardenha, quando lhe apareceram os primeiros sintomas. Um deles era o facto de não se conseguir mexer, nem sentir as mãos e os pés. Foi para o hospital, onde foi internado em cuidados intensivos com o receio de que os seus órgãos vitais pudessem colapsar.

De acordo com o Financial Times, o antigo conselheiro já fez questão de deixar claro de considera que não foi envenenado — algo que já aconteceu a vários opositores do Presidente russo, Vladimir Putin. No entanto, a hipótese não foi completamente descartada, também pelos sintomas da síndrome, que são idênticos aos de um envenenamento.

Além disso, segundo o ABC, o hospital alertou a polícia italiana, que enviou peritos para realizar análises clínicas ao pai dos oligarcas. As conclusões ainda não são conhecidas.

Chubais, que renunciou ao cargo de conselheiro em março, não especificou o motivo da demissão, que se presumiu ser devido ao início da ofensiva militar russa, a 24 de fevereiro.

Com uma boa reputação na Rússia, Chubais ocupou altos cargos desde o início dos anos 90, quando supervisionou os esforços de privatização levados a cabo por Boris Ieltsin e recentemente tinha sido o enviado especial de Putin a organizações internacionais para debater o desenvolvimento sustentável.

A sua saída representou a demissão oficial de mais alto nível, até então.