A Câmara de Murça lançou uma campanha de sensibilização para o uso racional e adequado da água e decidiu não reabrir as piscinas municipais descobertas, encerradas aquando do grande incêndio de 17 de julho, foi esta terça-feira anunciado.

“O pânico falou mais alto.” Reportagem em Murça onde o casal da terra morreu a tentar fugir das chamas

“É com o intuito de reforçar o compromisso com o meio ambiente e verificado um acentuado “stress” hídrico, num ano particularmente desafiante e em que se verifica um acentuar da escassez de água, que a poupança deste recurso vital é de extrema importância para todos nós”, afirmou, em comunicado, a autarquia do distrito de Vila Real.

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Neste sentido, o município de Murça decidiu “não reabrir as piscinas municipais este verão e, ao mesmo tempo, lançar uma campanha de sensibilização junto da população a apelar ao uso racional e adequado da água”.

As piscinas foram encerradas aquando do grande incêndio que lavrou no concelho entre 17 e 21 de julho.

Com a implementação destas duas medidas, a autarquia quer sensibilizar as populações do concelho a adotarem hábitos diários de não desperdiçar este importante recurso natural, pois “existem gestos simples que podem fazer poupar milhões de litros de água”.

E, para reduzir o consumo e poupar, a câmara sugere à população para que não deixe a água a correr enquanto lava a loiça à mão, que reaproveite águas residuais para as suas regas e reduza o desperdício de água, que utilize redutores de caudal nas torneiras e que evite descargas desnecessárias do autoclismo, não fazendo da sanita um caixote do lixo.

Aconselha ainda à rega das plantas nas horas de menor calor, de preferência à noite, para evitar perdas por evaporação, e para que se reduza, ou mesmo evite agora, as lavagens do automóvel, que pode consumir até 560 litros de água.

Entre 17 e 21 de julho um incêndio que começou em Cortinhas, Murça, evoluiu também para Vila Pouca de Aguiar e Valpaços.

O relatório da estimativa dos prejuízos, a que a agência Lusa teve acesso, revela que, em Murça, o incêndio afetou mais de 30% da área territorial total do concelho, tendo atingido as freguesias de Fiolhoso, Jou, Murça, Valongo de Milhais, União de Feguesias de Carva e Vilares e União de Freguesias de Noura e Palheiros.

A área atingida é, maioritariamente, de mato e pinhal, mas afetou ainda uma área agrícola “muito significativa“, sobretudo de castanheiros, mas também há prejuízos em parcelas de olival, amendoal, vinha e em pastagens naturais.

Durante este incêndio, um casal com 69 e 72 anos da aldeia de Penabeice morreu, depois do carro onde seguiam ter caído numa ravina. Foram encontrados já mortos e as causas do acidente estão a ser investigadas pela GNR.