Um carro capotado, completamente carbonizado e fora da única estrada que dá acesso à aldeia de Penabeice. Foi esse o cenário que o presidente da Câmara Municipal e o comandante dos bombeiros voluntários de Murça encontraram cerca das 16h30 desta segunda-feira. Dentro do carro, o corpo de um casal emigrante, que tinha voltado à aldeia.

O casal terá tentado fugir da aldeia ao início da tarde, quando foram surpreendidos pelo incêndio por entre o ziguezague da estrada. O caminho municipal 1176 haveria de ser a última estrada que o casal percorreria esta tarde, assustados pelas chamas.

É uma situação completamente dramática que está a acontecer no concelho de Murça, com mais de metade do concelho a arder. Os meios são insuficientes”, dizia ao início da noite Mário Artur Lopes, o autarca de Murça.

À Rádio Observador Mário Artur Lopes expunha aquilo que considera ser a falta de “situações especiais” para lidar com as “circunstâncias especiais”.

“Temos um conjunto de situações dramáticas e tinha que haver situações especiais. Não foi isso que senti. Senti que não há muito a fazer e quem quer servir a população que representa tem que ter expectativas para resolver os problemas”, apontou.

Sobre a evacuação de várias localidades, o autarca diz que já terão sido retiradas “200 ou 300 pessoas” que passam por um ponto de acolhimento temporário, mas que podem ficar “acolhidas também em casas de amigos ou familiares no concelho”: “É preciso que se tente minimizar a sensação de drama que cada um deles tem”.

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