A operação contra “um alvo significativo” no Afeganistão que resultou na morte de Aymar al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda, foi planeada durante meses. A Casa Branca revelou esta terça-feira uma fotografia do Presidente norte-americano reunido com os principais responsáveis no dia 1 de julho.
Na situation room, na Casa Branca, à mesa com Joe Biden sentaram-se William Burns, diretor da CIA, Avril Haines, diretora dos Serviços de Informação nacional, Jake Sullivan, conselheiro para a Segurança Nacional, Jon Finer, o vice-conselheiro para a Segurança Nacional, e Ron Klain, o chefe de gabinete da Casa Branca.
Os preparativos para a operação incluíram uma maquete da casa em Cabul onde Aymar al-Zawahiri estava escondido. “Nesta reunião, o Presidente [norte-americano] foi informado sobre a operação proposta” e mostraram-lhe “uma maquete da casa onde Al-Zawahiri estava escondido”, lê-se na publicação feita pela Casa Branca no Twitter.
On July 1, President Biden meets with his national security team to discuss the counterterrorism operation to take out Ayman al-Zawahiri. At this meeting, the President was briefed on the proposed operation and shown a model of the safe house where Al-Zawahiri was hiding. pic.twitter.com/W0A0mDk9Lr
— The White House (@WhiteHouse) August 2, 2022
Ao longo dos meses e especificamente na reunião de 1 de julho, Joe Biden fez várias perguntas detalhadas sobre as informações que a sua equipa tinha ou não tinha, sobre o que sabia e como o sabia, segundo um alto funcionário do governo, que é citado pelo Daily Mail.
O Presidente norte-americano queria ter certezas de que apenas o alvo era atingido e que nem mesmo membros da família do líder eram feridos no ataque, refere a CNN escrevendo que a não existência de mais mortos além de Aymar al-Zawahiri foi confirmada pela Casa Branca.
Assim, os preparativos para o ataque incluíram o estudo da estrutura e dos materiais de construção da casa onde o líder Al-Qaeda se escondia, para garantir a integridade do edifício. Isto porque Joe Biden queria saber se as condições atmosféricas iriam condicionar a operação e como poderia o edifício ser afetado pelo ataque.
Ao longo do mês de julho realizar-se-iam mais reuniões. Joe Biden, isolado por estar infetado com Covid-19, autorizou a realização da operação em 25 de julho. O anúncio da morte de Aymar al-Zawahiri, que aconteceu em 30 de julho, foi feito pelo Presidente dos EUA esta segunda-feira. “As pessoas do mundo inteiro já não precisam de recear o assassino determinado e perverso”, declarou.
Ayman al-Zawahiri. O número 2 da Al-Quaeda tido como “cérebro” dos ataques do 11 de Setembro
O ataque foi o culminar de seis meses de trabalho da CIA, que conseguiu descobrir a localização da casa secreta onde o líder da Al-Qaeda se escondia, juntamente com a mulher, a filha e os netos, desde a sua chegada a Cabul este ano.
Com o passar dos meses, as autoridades norte-americanas começaram a perceber que existiam rotinas naquele casa, que permitiram idealizar o momento certo para atingir o líder. Por exemplo, Aymar al-Zawahiri aparecia periodicamente na varanda por longos períodos de tempo, segundo a CNN.
Só um grupo “muito pequeno” e restrito tinha acesso a informações sobre o ataque que estava a ser preparado. O facto de a casa estar cercada por um bairro residencial levou as autoridades norte-americanas a estudarem bem o momento antes de apresentarem qualquer proposta a Joe Biden. No dia 30 de julho, após meses de preparação, o ataque foi realizado e atingiu o alvo pretendido.