“Gostava de aumentar um bocadinho mais o meu palmarés mas é passo a passo. Primeiro tentar recuperar o melhor possível da viagem e do jet lag, depois lutar pelas finais e aí tentar dar um bom espetáculo desportivo e boas sensações para sair daqui com bons resultados. Já começámos muito bem a época com medalhas nas Taças do Mundo, que abriram boas perspetivas sobre o trabalho que temos vindo a fazer. No Mundial será prova a prova”, tinha lançado Fernando Pimenta na chegada a Halifax para mais uma edição dos Campeonatos do Mundo de canoagem – e mais possibilidades de aumentar o seu medalheiro.

Arrancar, ganhar avanço, gerir a pensar no que aí vem: Fernando Pimenta nas finais de K1 500 e K1 1.000 dos Mundiais

Alinhando nos habituais K1 1.000 e K1 5.000, o atleta de Ponte de Lima decidiu também fazer desta vez o K1 500 e o K2 500 misto com Teresa Portela, em mais uma etapa de uma preparação para os Jogos-2024 em Paris onde estão centradas as atenções a médio prazo naquela que pode não ser a última participação. “É passo a passo. Primeiro focar-me neste ciclo e depois ver como estou em termos psicológicos e físicos: como me vou aguentando. É bastante importante em termos emocionais estar motivado”.

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“Quem tem duas medalhas olímpicas e vários títulos europeus e mundiais pode desfrutar de experiências. Aqui não tem a obrigação de defender o título mundial em K1 1.000 metros nem a prata nos 5.000, pois quem tem a carreira do Fernando [Pimenta] só tem de estar tranquilo. Vem para se divertir mas, obviamente, com responsabilidade. Quero que desfrute. Se houvesse qualquer tipo de pressão, não viria a estes mundiais competir em quatro eventos”, explicara também o técnico Hélio Lucas.

Dentro dessa perspetiva, e depois de eliminatórias e meias-finais onde ganhou avanço inicial para gerir de seguida a corrida e a liderança, o primeiro desafio para medalha este sábado era o K1 500, distância que não costuma fazer nas grandes provas e que no ano passado tinha rendido uma medalha de prata a João Ribeiro. Agora, arriscou fazer e ganhou mais uma medalha para juntar às mais de 100 que leva já no plano internacional, terminando com o bronze cerca de uma hora antes da final do K1 1.000.

O checo Josef Dostal, que chegava a Halifax com quatro medalhas olímpicas e dez em Mundiais, venceu a quinta prova em Campeonatos do Mundo com o tempo de 1.42,45, seguido pelo australiano Jean Westhuyzen (1.43,57). O português terminou a final com o registo de 1.44,06.

A sexta medalha internacional em três anos: Norberto Mourão conquista medalha de bronze nos Mundiais

De recordar que Portugal já conquistara este sábado a sua primeira medalha nestes Mundiais com o bronze de Norberto Mourão em VL2. Já a equipa de K4 500, com João Ribeiro, Messias Baptista, Emanuel Silva e David Varela, terminou a corrida decisiva na sétima posição. Ainda este sábado, Fernando Pimenta vai fazer a final de K1 1.000 (onde tenta defender o título) e Teresa Portela estará na final B de K1 500.