O bispo auxiliar de Lisboa Daniel Batalha reconheceu esta sexta-feira que se espera muito da Igreja Católica em termos de irrepreensibilidade, sobretudo dos sacerdotes.

A Igreja tem sido a primeira castigada, e se calhar justamente, até porque se espera muito da Igreja em termos de irrepreensibilidade, acima de tudo dos sacerdotes, mas também tenho esta esperança de que isto possa criar um bom tsunami social na sociedade e que muitas outras instituições, começando logo pelas do Estado (…), também possam ir criando este cuidado, para que estas situações não aconteçam”, afirmou Daniel Batalha.

O prelado, que integra a Comissão Episcopal para a Pastoral Social e Mobilidade Humana, falava em conferência de imprensa no âmbito da peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de agosto ao Santuário de Fátima.

O bispo, que integra a Comissão Episcopal para a Pastoral da Mobilidade Humana, particularizou as acusações ao cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, realçando o cuidado que tem com esta matéria, no sentido de “ir ao encontro [das vítimas], para ajudar, para escutar”.

Daniel Batalha lembrou que o Patriarcado de Lisboa foi o primeiro a criar uma Comissão para a Proteção de Menores, referindo que “há este esforço na Diocese de Lisboa”, assim como nas restantes dioceses do país.

O bispo auxiliar de Lisboa defendeu ainda um “acompanhamento das famílias, quer na prevenção, quer na denúncia” de abusos sexuais.

Nas últimas semanas, a imprensa tem divulgado abusos sexuais alegadamente cometidos por sacerdotes, assim como o suposto encobrimento por parte de elementos da hierarquia da Igreja Católica.

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São circunstâncias que a todos nos doem”, acrescentou.

O cardeal-patriarca de Lisboa foi recebido no dia 5 pelo Papa Francisco a propósito dos acontecimentos das últimas semanas, relacionados com suspeitas de abusos de menores na Igreja em Portugal, revelou o Patriarcado.

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Em comunicado, o Patriarcado de Lisboa diz que Manuel Clemente foi recebido, a seu pedido, “em audiência privada”.

Esta audiência ocorreu no dia em que o jornal Expresso divulgou que, além de, Manuel Clemente, também o bispo da Guarda, Manuel Felício, e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, terão tido conhecimento de queixas de abusos por parte de padres e não comunicaram essas suspeitas nem à Polícia Judiciária, nem ao Ministério Público, as autoridades civis com competência para investigar este tipo de crimes.