A Ryanair está a estudar o Porto como local para instalar um centro de treino de pilotos e tripulantes. A companhia low-cost quer instalar um novo centro na Península Ibérica e a base que tem no Porto é uma das hipóteses em cima da mesa.

O presidente executivo da Ryanair garantiu ainda, em conversa com jornalistas na sede em Dublin, que o facto de a transportadora ter perdido os slots da TAP no aeroporto de Lisboa para a concorrente Easyjet não vai ter impacto na decisão que vai ser tomada em breve sobre a localização do novo centro de treino. As duas coisas não estão ligadas, afirmou Michael O’Leary acrescentando que a a decisão vai depender de que local apresenta as melhores opções de terreno e instalações. “Não depende de nenhuma decisão do Governo”.

A Ryanair tem vindo a abrir centros de recrutamento e formação nos principais mercados onde opera com o objetivo de atrair mais pessoas desses países que preferem fazer a sua formação perto de casa sem terem de se deslocar à Irlanda para o efeito. A empresa está a crescer e só em pilotos prevê contratar mais de mil nos próximos anos.

Já em Lisboa, a operação da companhia de low-cost irlandesa não deverá crescer no próximo ano, admitiu o presidente da Ryanair devido à perda do concurso para os 18 slots (faixas horárias) da TAP no aeroporto Humberto Delgado. Michael O’Leary admitiu que não ficou surpreendido com o resultado do concurso, assinalando que foi dada a preferência uma companhia que tem tarifas mais caras e com quem a TAP não se importa de competir.

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Comentando os desenvolvimentos políticos no dossiê do novo aeroporto, o presidente da Ryanair manifestou não compreender os atrasos na implementação da solução do Montijo que é mais rápida e barata, nem as questões ambientais suscitadas, assinalando que já existe lá uma pista. E qualificou ainda de “idiota” a tese de que o aeroporto da Portela está saturado só porque tem apenas uma pista.

Sobre a possibilidade de se avançar com um aeroporto de raiz no Campor de Tiro de Alcochete, que chegou a esta prevista durante alguma horas num despacho do Ministério das Infraestruturas tutelado por Pedro Nuno Santos (até ser revogado por ordem de António de Costa), Michael O’Leary afirmou que tal hipótese só mostra “quão estúpido é” porque implica gastar muito dinheiro num local que fica muito longe. “É demasiado longe até para a Ryanair” cujo modelo de negócio passa por usar aeroportos secundários mais distantes do destino e mais baratos. “Mas há sempre um político a defender que um aeroporto no deserto é um boa ideia”.

A jornalista viajou a convite da Ryanair.