A Jaguar Land Rover (JLR) já tinha anunciado, em 2021, pretender explorar a possibilidade de recorrer, para os seus veículos mais pesados, a mecânicas eléctricas cuja energia seria produzida a bordo, através de células de combustível a hidrogénio, as tradicionais fuel cells. Agora avançou com o Land Rover Defender eléctrico a hidrogénio, o primeiro modelo do grupo a recorrer a esta tecnologia, desenvolvida por parceiros do projecto.

Os veículos eléctricos não armazenam necessariamente a energia de que precisam no pack de baterias que transportam, uma vez que há outra forma de alimentar os motores. O que a JLR fez agora foi testar esta alternativa, produzindo a bordo electricidade através de fuel cells a hidrogénio e armazenando-a numa pequena bateria – com 5% a 10% da capacidade do que seria necessário, caso apenas recorresse a acumuladores –, uma vez que os carros com células de combustível necessitam de algum tempo até começarem a converter hidrogénio em energia eléctrica.

O projecto em causa é conhecido internamente por Zeus e foi elaborado pela JLR em colaboração com a AVL, a Delta Cosworth e a Marelli. A fuel cell desenvolve 90 kW, o equivalente a 122 cv, e está instalada à frente, com o Defender a montar dois motores eléctricos, um por cada eixo, com 200 cv a unidade. A bateria que garante os arranques a frio, bem como os momentos em que se acelera a fundo, tentando explorar os 400 cv, tem uma capacidade de 16,7 kWh e está alojada sob a plataforma, entre os bancos anteriores e posteriores.

De momento, a JLR está a desenvolver uma plataforma para veículos eléctricos a bateria que facilmente poderá ser reconvertida para modelos eléctricos a célula de combustível. Gerar electricidade a partir do hidrogénio pode ser menos eficiente, mas será uma boa alternativa para veículos pesados, como o Defender, e com necessidade de grande autonomia, mesmo em condições difíceis em matéria de terreno.

Com a fuel cell, o Defender evita transportar entre 800 e 1000 kg de baterias, caso o pack possuísse uma capacidade entre 120 kWh e 150 kWh. Porém, só poderá operar num país e, mais que tudo, numa região onde exista uma rede de postos de abastecimento de hidrogénio verde e com um grau de pureza próximo dos 100%.

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