Um conjunto de deputados municipais russos quer que Vladimir Putin seja destituído do cargo de Presidente da Rússia por crimes de alta traição, de acordo com uma carta pública que foi divulgada esta semana por um dos signatários da petição.

Em causa está uma carta enviada à Duma (o parlamento federal russo) por um grupo de deputados municipais de Smolninskoye, um dos municípios da cidade de São Petersburgo, onde Vladimir Putin nasceu em 1952.

O documento foi divulgado no Twitter na quarta-feira por Nikita Yurefev, um dos deputados municipais que assinaram a carta aberta.

De acordo com a revista norte-americana Newsweek, Yurefev explica que o conjunto de autarcas “enviou uma proposta à Duma exigindo a remoção de Putin do cargo com base numa acusação de alta traição“.

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A acusação surge na sequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia, que, no entender dos signatários, conduziu à morte de soldados russos, a problemas na economia russa e à expansão da NATO, segundo dizem os deputados.

“A Ucrânia está a militarizar-se e recebeu armamento no valor de 38 mil milhões de dólares para combater a Rússia. Tudo isto são consequências da decisão de começar a Operação Militar Especial”, acrescentam os autarcas. “As ações de Putin representam uma ameaça para a segurança da Rússia. Ele tem de ser demitido.”

Ainda de acordo com Yurefev, o documento enviado para Moscovo foi assinado por sete deputados municipais, que consideram as ações de Putin em relação à guerra na Ucrânia como provas de “alta traição”.

Um dos signatários da petição, Dmitry Palyuga, disse numa entrevista à televisão Current Time TV (do grupo ocidental da Radio Free Europe) que a probabilidade de a petição ser sequer considerada pela Duma é “praticamente zero”, mas acrescentou que é importante que as vozes discordantes sejam ouvidas.

“Para que se saiba que nem toda a gente na Rússia apoia a operação militar especial. Há oficiais do governo a nível municipal que não apoiam a operação militar“, disse Palyuga.

No texto enviado para Moscovo, é feito um apelo direto para que a Rússia “termine com o derramamento de sangue” e “retire imediatamente as tropas russas do território da Ucrânia”.