O vídeo com a idosa coberta de formigas foi divulgado esta terça-feira, mas a situação já terá acontecido em julho, de acordo com o Correio da Manhã. O estado em que se apresenta a idosa no vídeo poderá chocar os leitores. Segundo a CNN, o Ministério Público está a investigar o caso.
Na resposta enviada à estação televisiva, o Ministério Público confirma que “está a investigar os factos em apreço, tendo determinado a realização de autópsia médico-legal no âmbito de inquérito oportunamente instaurado”.
Nas imagens divulgadas no Facebook, a que o Observador teve acesso, começa por ver-se um chão de mosaico, com uma almofada e lençol brancos no chão e formigas por todo o lado, incluindo nas pernas de uma maca e mesa de cabeceira.
Depois, uma idosa deitada, com uma das mãos amarradas ao gradeamento da cama, e uma grande ferida aberta e muito infetada na parte lateral da bacia (do lado direito). A idosa pouco coberta com roupas ou lençóis tem, no entanto, o corpo e cara cobertos de formigas.
O vídeo termina saindo do quarto atrás do rasto de formigas pelos corredores do edifício que, alegadamente, será uma estrutura residencial para idosos da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime (Loulé, Algarve).
Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a instituição transmite uma mensagem contraditória sobre a idosa e os cuidados prestados e diz ter apresentado uma queixa crime contra a pessoa que divulgou o vídeo, acusando-a de usar termos “insultuosos” e de fazer “acusações infundadas”.
Utente encontrada em situações severas de maus tratos em Santa Casa de Misericórdia de Boliqueime, em Portugal. Nas imagens é possível ver a idosa amarrada a cama e com o corpo tomado por formigas. O filho realizou diversas queixas de maus tratos na entidade e não teve nenhuma providência. A que ponto os seres humanos chegaram!”, lê-se na publicação que acompanha o vídeo.
Sobre a idosa, o comunicado da Mesa Administrativa da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime não confirma se era residente na instituição ou não, uma vez que a trata como “uma pessoa alegadamente confiada aos cuidados da instituição”.
No entanto, logo de seguida, a Mesa diz ter tomado conhecimento que “algum ou alguns do(s) seu(s) trabalhador(es) não garantiu o cuidado adequado a uma utente” e que, por isso, instaurou um “inquérito de natureza disciplinar para apurar quem é(são) o(s) responsável(is) por esta situação inadmissível”.
Entre as linhas do comunicado destaca-se outro pormenor: foi já na semana passada que tomaram conhecimento da falta de cuidados adequados a utente (não esclarecendo se é a mesma idosa do vídeo, que só foi divulgado esta semana).
O Observador questionou a Mesa Administrativa da instituição para esclarecer esta e outras dúvidas e aguarda uma resposta.
De acordo com o Correio da Manhã, a idosa de 86 anos morreu este verão, ainda que não seja esclarecido qual a causa da morte.