A Apritel, a associação que representa os operadores de telecomunicações em Portugal, admite que, em “eventuais situações” de cortes prolongados de energia, “não pode ser excluída a possibilidade de haver alguma afetação das redes de comunicações”. A afirmação é feita por fonte oficial ao Observador, a propósito de uma notícia avançada pela Reuters esta quinta-feira.

Fontes ouvidas pela Reuters deram conta de que, em alguns pontos da Europa, alguns operadores de telecomunicações estão receosos de que possíveis planos de racionamento de energia ou falhas mais prolongadas possam ter consequências nos serviços.

As temperaturas mais baixas do inverno geram habitualmente um maior consumo de energia. Com a guerra na Ucrânia e a tentativa de a Europa se tornar mais independente da energia com origem na Rússia, principalmente do gás natural, multiplicam-se os esforços para reduzir o consumo de energia.

Ainda esta sexta-feira, os ministros da energia dos Estados-membros estiveram reunidos para chegar a uma acordo sobre o plano de poupança energética, que vai envolver reduções obrigatórias de 5% do consumo nas horas de ponta e voluntárias de 10%.

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Ministros da UE chegam a acordo sobre taxa aos lucros excessivos e poupança de eletricidade

Contactada para perceber qual é o cenário em Portugal sobre este tema da energia, fonte da Apritel contextualiza que “as principais infraestruturas de comunicações eletrónicas do país têm autonomia energética, suportada em sistemas de socorro adequados.”

Ainda assim, “naturalmente, perante eventuais situações de cortes prolongados de energia não pode ser excluída a possibilidade de haver alguma afetação das redes de comunicações”, continua a mesma fonte.

Nesse sentido, podem existir consequências nos serviços. “Quaisquer cortes programados não poderão deixar de preservar o funcionamento das redes de comunicações, a par de outros serviços e infraestruturas críticas”, indica a posição da associação liderada por Pedro Mota Soares.

A notícia da Reuters apontava também que alguns oficiais da indústria das telecomunicações indicaram que existe o receio de que um inverno mais rigoroso possa pôr à prova a infraestrutura do setor na Europa. Era explicado que, em alguns países, como França, Suécia ou Alemanha, já estarão a ser planeadas algumas medidas para garantir que, na eventualidade de cortes de energia, é possível continuar a ter serviço sem esgotar a capacidade das baterias instaladas nas antenas.

Operadoras de telecomunicações europeias receiam falhas de serviço no inverno devido à crise energética