Mais de 2.800 professores da Guiné-Bissau, cuja contratação havia sido suspensa, foram reintegrados e já vão receber o salário de outubro, anunciou esta segunda-feira o Ministério das Finanças guineense, em comunicado.

O Governo ordenou no passado mês de setembro a suspensão de pagamento de salários aos professores novos ingressos referentes ao ano letivo de 2021/2022 num total de 2.849. Depois de apurar certas contratações irregulares, o Governo decidiu conceder ao Ministério da Educação o limite máximo de 15.000 professores efetivos, o que permitiu a reintegração daquele grupo de professores novos ingressos”, refere-se no comunicado.

O Ministério das Finanças explica que nos últimos seis meses lançou, no âmbito da reforma do setor público acordada com o Fundo Monetário Internacional e outros parceiros, uma série de ações para corrigir e fazer um controlo rigoroso da massa salarial na Administração Pública.

“O Ministério das Finanças informa que aquele grupo de professores novos ingressos referidos vão começar a usufruir dos seus ordenados a partir deste mês com execução retroativa dos sete meses atrasados e que serão pagos em cada remuneração corrente”, refere-se.

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No comunicado, o Ministério das Finanças salienta que “estão em curso pagamentos de dois meses dos sete em atraso àquele grupo de professores”, acrescenta.

O Governo da Guiné-Bissau anunciou em setembro a suspensão dos contratos de novos ingressos no setor da saúde e educação.

Na semana passada, a Frente Social, que junta os dois sindicatos do setor da saúde e os dois sindicatos da educação, manifestaram-se em frente ao Palácio do Governo, em Bissau, contra a polémica suspensão dos novos ingressos, aumento do custo de vida, os subsídios milionários dos governantes e abuso de poder.

Em declarações aos jornalistas, Yoyo João Correia, presidente do Sindicato Nacional dos Enfermeiros, Técnicos de Saúde e Afins da Guiné-Bissau, disse esperar chegar a um acordo com o Governo antes da greve marcada para os setores entre 10 e 14 de outubro.