A OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), com os seus aliados incluindo a Rússia — aliança designada por OPEP+ –, não se submeteu à pressão dos Estados Unidos da América que pediam mais produção e avançou, na reunião desta quarta-feira, com um corte reforçado.

Segundo a Reuters, a OPEP+ acordou o maior corte de produção desde que em 2020 se declarou a Covid-19 como pandemia. No encontro realizado em Viena, esta quarta-feira, os membros da aliança concordaram um corte na oferta de dois milhões de barris diários a partir de novembro, o equivalente a 2% da procura global. A Reuters especifica que o corte de dois milhões tem por base a atual produção que caiu para 3,6 milhões de barris em agosto.

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, criticou fortemente esta queda drástica em dois milhões de barris por dia, considerando-a como uma medida de “curto prazo”. “Numa altura em que é crucial manter o abastecimento energético mundial, esta decisão penalizará em primeiro lugar os países de rendimento baixo e médio”, assegurou o executivo norte-americano.

Numa tentativa de evitar uma potencial subida dos preços, os Estados Unidos vão “colocar no mercado no próximo mês dez milhões de barris retirados de reservas estratégicas de petróleo, dando continuidade às retiradas históricas decididas em março”, indicou a Casa Branca em comunicado.

Os Estados Unidos tinham pressionado a OPEP+ para não avançar com esse corte, dizendo que os fundamentais não justificavam a decisão. O objetivo da organização é contrariar a evolução recente dos preços do crude que estão a descer 25% face aos picos atingidos há quatro meses nos 120 dólares. Negoceia agora em cerca de 90 dólares.

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