As ações da Galp fecharam esta segunda-feira com uma uma forte valorização em bolsa de 20,6% após a empresa ter confirmado ontem o grande potencial de exploração de petróleo nos furos que tem vindo a efetuar ao largo da costa da Namíbia.

Este ganho arrastou o PSI para um subida de mais de 3% e correspondeu a um salto na capitalização bolsista de pouco mais de dois mil milhões de euros em apenas uma sessão.

A empresa portuguesa tem 80% deste bloco offshore mas, segundo a Reuters, contratou um banco de investimentos para vender 40% da sua participação, podendo até ceder o controlo do desenvolvimento do projeto ao novo parceiro. O encaixe acrescenta a agência de notícias pode representar vários milhares de milhões de euros para a Galp.

A Galp anunciou este domingo que está concluída a primeira fase de exploração do poço Mopane, na Namíbia. E os resultados são promissores. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a petrolífera, que detém 80% do projeto, refere que os testes permitem concluir que existe “potencial” para que esta seja uma “importante descoberta comercial”.

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A Galp lidera a exploração do projeto, tendo como parceiros a Namcor e a Custos, cada uma detentora de 10%. A petrolífera sublinha que a primeira fase de testes foi concluída “com sucesso”, depois das descobertas “significativas” de colunas de petróleo leve em janeiro.

No complexo de Mopane, refere a Galp na mesma nota, e antes de perfurações adicionais, as estimativas apontam para que o campo contenha 10 mil milhões de barris de equivalente de petróleo, “ou mais”.

A Galp acrescenta que os dados recolhidos vão ser “analisados e integrados num modelo atualizado” do reservatório, que servirá de base para a petrolífera desenhar o seu futuro plano de exploração na Namíbia.

Em fevereiro, numa conferência com analistas, o CEO da Galp já tinha antecipado as perspetivas positivas da empresa em relação ao projeto da Namíbia. Filipe Silva dizia que a empresa estava “muito consciente do valor de iniciar a produção de petróleo na Namíbia o mais cedo possível”. Em 2024, a Galp prevê investir 150 milhões de euros neste projeto.

Galp vai realizar mais furos após sinais “encorajadores” de reservas de petróleo na Namíbia

A Galp anunciou que ia abandonar a partir de 2022 a atividade de prospeção e pesquisa de novas reservas de combustíveis fósseis para se concentrar na transição energética, mas indicou que iria desenvolver as licenças de exploração já obtidas. Em 2023, a empresa vendeu a produção de petróleo em Angola, mantendo presença relevante no Brasil e em Moçambique.

A família Amorim é a principal acionista da Galp, empresa onde o Estado ainda detém 7%.

Atualizado com cotações de segunda-feira e notícia sobre eventual venda.