São seguidos, intimidados e vigiados. Desde setembro que os críticos do regime de Xi Jinping se queixam do mesmo: as autoridades chinesas estão a apertar o controlo sobre todos os seus passos, sejam físicos, sejam no ciberespaço. Alguns deles terão mesmo sido detidos ou impedidos de regressar ao país, escreve o The Guardian, que cita várias fontes que contam como foram os seus últimos dias. O motivo é a aproximação da reunião do Partido Comunista Chinês que, neste domingo, deverá reconduzir Xi a um terceiro mandato, tornando-o no líder mais poderoso do país desde Mao Tsé-Tung.

Um dos casos é relatado por Yu Wensheng, advogado de direitos humanos — que já esteve detido durante quatro anos. As autoridades impediram-no de sair de casa e deixaram-lhe um aviso: manter-se afastado de embaixadas e da imprensa de outros países. “Estão a tentar assustar-nos”, disse ao Guardian, frisando que também o aconselharam a não fazer publicações no Twitter.

Não há acesso a esta rede social na China, a não ser que se consiga contornar a firewall.

Wang Quanzhang também é advogado de direitos humanos e também já passou uma temporada na prisão. Agora, conta, a vigilância sobre os seus passos (e os da sua família) tem aumentado, com mais agentes destacados para o seguir por todo o lado. “Acho que a vigilância vai aumentar nos próximos dias”, confessou.

Acima de tudo, as autoridades chinesas tentam evitar críticas públicas que possam, de alguma forma, levar ao aumento do descontentamento social a pouco dias da reunião do Partido Comunista.

O jornal britânico escreve ainda que um grupo de ativistas que tinham a intenção de dirigir-se a Pequim para protestar contra o regime, acabou detido. Os ativistas foram enviados de volta para as suas povoações de origem.

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