O Chefe do Estado Maior da Armada (CEMA) Henrique Gouveia e Melo tem vindo a receber ameaças pessoas e à sua família, na sequência de declarações que fez sobre o corpo de Fuzileiros da Marinha. A notícia é avançada pelo Correio da Manhã, que indica que as mensagens e cartas enviadas ao almirante e familiares já foram entregues à Polícia Judiciária, algo confirmado por fonte da Marinha ao diário. A PJ já estará mesmo a investigar o caso.

As ameaças, que terão chegado por telemóvel e correio, estarão relacionadas com a postura de Gouveia e Melo na sequência das acusações a dois fuzileiros (Cláudio Coimbra e Vadym Hrynko) acusados de homicídio de Fábio Guerra, um agente da PSP que morreu após ser agredido nas imediações de uma discoteca lisboeta (MOME). O almirante chegou a dizer: “Não queremos arruaceiros na Marinha”.

De acordo com o CM, Gouveia e Melo recebeu mensagens como “o teu inferno vai começar” e “meteste-te com quem não devias”. Há ainda mensagens com críticas explícitas à expulsão do capelão Licínio Luís da Marinha.

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O diário diz ainda que há suspeitas que as ameaças estejam a ser feitas por militares e elementos de redes de segurança noturnas, com relação com gangs da Margem Sul de que os dois Fuzileiros acusados de homicídio fariam alegadamente parte.

Gouveia e Melo confirmou à agência Lusa ter recebido ameaças através de várias vias, explicando que deu conta do caso às autoridades policiais. O vice-almirante, que liderou a task-force da vacinação contra a covid-19, admitiu também que as ameaças, cujo teor concreto não quis especificar por estar a decorrer uma investigação policial, possam estar relacionadas com declarações e posições por si assumidas relativamente à morte por espancamento, em março, do polícia Fábio Guerra.

(Atualizada às 18:29 para incluir confirmação de Gouveia e Melo sobre ameaças)

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