Os 13 militares da Marinha acusados de desobediência em junho do ano passado conheceram esta quinta-feira as respetivas decisões disciplinares: foram todos suspensos do serviço com penas entre os 10 e os 90 dias. O número de dias de suspensão vai variar consoante a categoria, posto e antiguidades de cada militar, refere a Marinha em comunicado. Ao Observador, a defesa adiantou que vai recorrer.

A 10 de março do ano passado, 13 militares da Marinha recusaram embarcar no NRP Mondego, alegando razões de segurança. Nesse dia, o navio não cumpriu uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira e a Marinha decidiu avançar com processos disciplinares logo no dia seguinte, a 11 de março. Mais tarde, os militares foram ouvidos na Polícia Judiciária Militar.

O comandante do NRP Mondego garantiu, também na altura, que o navio tinha condições de segurança para cumprir a missão de acompanhamento da embarcação russa, mas a defesa dos 13 militares alvo de processo questionaram a imparcialidade do comandante. Esta questão também foi avaliada pelos tribunais administrativos, referiu esta quinta-feira a Marinha, mas a suspeição “foi afastada”.

Face à decisão conhecida esta quarta-feira, a defesa adiantou ao que vai recorrer da decisão. Neste caso, como explicaram os advogados Paulo Graça e António Garcia Pereira, 11 militares foram alvo de suspensão de 10 a 45 dias, determinada pelo Comandante Naval e, por isso, o recurso será apresentado ao Chefe do Estado-Maior da Armada. Já em relação aos restantes dois militares, estes foram suspensos com penas entres os 60 e os 90 dias, numa decisão tomada já pelo Chefe do Estado-Maior da Armada. Por isso, o recurso destes dois militares segue para tribunal administrativo.

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