O Ministério do Desenvolvimento Económico de Itália anunciou a remoção de um retrato do ditador fascista Benito Mussolini da exposição que comemora o 90º aniversário da sede, o Palácio Piancentini, localizado na Via Veneto, em Roma.
A decisão foi tomada de forma a evitar “controvérsias“, disse o ex-ministro Giancarlo Giorgetti, citado pelo The Guardian. A fotografia faz parte da exposição ” Italia Geniale” e conta com os retratos de todos os ex-ministros, incluindo Mussolini, ministro das Corporações em 1932.
Após confirmado por funcionários da administração pública, este facto foi exposto pelo sindicato da Confederação Geral do Trabalho (CGIL), e pelo ex-ministro Pier Luigi Bersani.
Bersani levantou muita contestação ao utilizar a rede social Twitter para pedir formalmente que a sua foto seja retirada da sede do ministério, que foi construída entre 1929 e 1932 por Marcello Piacentini, arquiteto ao serviço de Mussolini e uma referência na arquitetura racionalista.
“Sei que as fotografias de todos os ministros, inclusive Mussolini, serão expostas no MISE (sede). Se isto for confirmado, peço gentilmente que me dispensem e que a minha foto seja removida“, pode ler-se na publicação.
Mi giunge notizia che al MISE sarebbero state esposte le fotografie di tutti i ministri, Mussolini compreso. In caso di conferma, chiedo cortesemente di essere esentato e che la mia foto sia rimossa.
— Pier Luigi Bersani (@pbersani) October 18, 2022
Neste sentido, Giorgetti também recordou que existe outra fotografia de um dos símbolos da criação do fascismo no palácio Chigi, a residência oficial da primeira-ministra, de que ninguém se lembrou, avançou o jornal italiano La Repubblica.
O recém-eleito presidente do Senado, Ignazio La Russa, co-fundador do Partido Irmãos de Itália, juntamente com a atual primeira-ministra Georgia Meloni, condenou a decisão por considerar uma “cultura de cancelamento“, adiantou a mesma fonte.
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