Uma jogada de quem vai à procura de um xeque-mate depois de ter sido atirado para fora do tabuleiro. Hans Niemann, o norte-americano que foi acusado de fazer batota pelo campeão mundial de xadrez, decidiu processar precisamente Magnus Carlsen e exigir 100 mil dólares em compensações.

O processo deu entrada esta semana no Eastern Missouri District Court e, para além de Carlsen, visa também o site especializado chess.com, o jogador Hikaru Nakamura e outras entidades. De acordo com o The Guardian, Hans Niemann alega que este grupo de pessoas e organizações “conspirou para o colocar numa lista negra” e afastar das grandes competições.

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Se a presença de Magnus Carlsen no processo é óbvia, já que foi o norueguês a levantar as primeiras suspeitas sobre o norte-americano, a inclusão dos restantes também é fácil de explicar: o site chess.com excluiu Niemann e assinou uma investigação onde o acusa de ter feito batota em mais de 100 partidas, enquanto que Nakamura foi uma das pessoas que garantiu sempre ter desconfiado do jovem natural de São Francisco.

O processo colocado por Hans Niemann surge na sequência de uma grande exibição em St. Louis, no Campeonato Nacional dos Estados Unidos, onde o norte-americano recuperou de um penúltimo lugar a meio do torneio para terminar em 5.º. Mais do que isso, a competição serviu para colocar algum gelo nas acusações feitas a Niemann, já que St. Louis é conhecido pelas apertadas condições de segurança — entre detetores de metais, scanners de frequências e scanners de aparelhos de silicone. O jovem jogador não acionou os alarmes em nenhum passo desse percurso e, ainda assim, não deixou de impressionar durante as partidas.

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“Tive um choque de humildade neste torneio. Sou um jogador de xadrez competitivo e a caminho de se tornar campeão do mundo”, disse o norte-americano de 19 anos numa curta declaração após o final do torneio, onde recusou comentar a tal investigação do chess.com que o acusa de fazer batota em mais de uma centena de partidas.

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