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As autoridades russas realizaram esta quarta-feira uma busca à casa da jornalista e apresentadora Ksenia Sobchak, a filha de um antigo companheiro de armas de Vladimir Putin que se tornou política da oposição.

Ksenia Sobchak, a Paris Hilton russa que quer destronar Putin

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Segundo as agências estatais russas Ria Novosti e TASS, a busca à casa de Sobchak está relacionada com um caso contra o seu diretor comercial, Kirill Sukhanov, detido sob acusação de extorsão.

A apresentadora já rejeitou as acusações contra Sukhanov, afirmando tratar-se de um esforço das autoridades para reprimir os média independentes. “É absurdo. Kirill é um homem de negócios e o nosso diretor comercial. Eu e toda a minha equipa editorial vemos isto como um ato de pressão sobre o jornalismo no país”, escreveu recentemente na conta de Telegram.

Citando as autoridades russas, a agência TASS refere ainda que Sobchak conseguiu fugir da Rússia antes das buscas à sua residência. Terá comprado bilhetes de avião para o Dubai e Turquia para enganar a polícia, acabando por partir para Bielorrússia, seguindo depois para a Lituânia.

Conhecida como a “Paris Hilton russa”, Sobchak, de 40 anos, construiu o seu nome enquanto socialite e estrela de televisão, antes de se tornar jornalista e ativista. É filha do antigo presidente da câmara de São Petersburgo, Anatoly Sobchak, que foi mentor do líder russo, Vladimir Putin. As famílias são tão próximas que, segundo o The Telegraph, Putin esteve presente no batizado de Ksenia e correm rumores de que é o seu padrinho.

Licenciada em Relações Internacionais, tornou-se uma das vozes críticas de Putin e em 2018 concorreu contra ele nas eleições presidenciais, obtendo apenas 1,7% dos votos. A sua oposição, porém, não travou os rumores de que estava de alguma forma ligada ao Kremlin, uma vez que nas eleições os candidatos verdadeiramente incómodos, como Alexei Navalny, são geralmente impedidos de concorrer.

Para o analista político pró-Kremlin Sergei Markov, o facto de Sobchak se ter tornado um alvo é um sinal para a elite russa. “Se podem prender a filha do patrono de Putin … significa que ningúem é intocável”, afirmou, citado pelo The Telegraph.