Os ministros dos Assuntos Internos da União Europeia (UE) e do espaço Schengen reúnem-se esta sexta-feira, em Bruxelas, para debater a situação em todas as rotas migratórias para e dentro da Europa e medidas comuns a adotar.

O conselho extraordinário de ministros dos Assuntos Internos, convocado pela presidência semestral checa do Conselho da UE, conta com a presença dos países terceiros que integram o espaço Schengen – Islândia, Liechtenstein, Noruega, Suíça -, e foi marcado após um diferendo diplomático entre Itália e França desencadeado pela rejeição italiana em acolher um navio de resgate humanitário.

Itália “não tenciona de forma alguma” lidar sozinha com pressão migratória

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Portugal está representado pela secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar.

A convocação desta reunião surgiu depois de um pedido da primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne.

A recente recusa do novo Governo italiano em acolher o navio humanitário Ocean Viking da organização não-governamental (ONG) SOS Méditerranée, com mais de 200 migrantes resgatados no Mediterrâneo a bordo, voltou a abrir a discussão sobre as questões migratórias no seio da UE.

Os migrantes seriam posteriormente acolhidos em França, mas o caso do Ocean Viking acabou por desencadear uma crise diplomática entre Paris e Roma, com as autoridades francesas a reclamarem “iniciativas europeias” para “um melhor controlo das fronteiras externas [da UE] e mecanismos de solidariedade”.

Na reunião de hoje, a par do novo Pacto em Matéria de Migração e Asilo – que a Comissão Europeia apresentou em 23 de setembro de 2020 -, será debatido um recente plano de ação que inclui 20 medidas concretas para responder aos desafios da rota do Mediterrâneo Central, que abrange Itália, e para conseguir respostas conjuntas face a um aumento generalizado dos fluxos migratórios.

A Política de Asilo é a forma como a UE organiza a capacidade de resposta dos Estados-membros aos migrantes que chegam às fronteiras externas da UE e pedem asilo.

Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês.

Migrações. ONU pede à União Europeia mais solidariedade e segurança

Mais de 50.000 pessoas morreram desde 2014 em rotas migratórias, grande parte para tentar chegar à Europa, avançou, na quarta-feira, a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Mais de metade das 50.000 mortes documentadas pela OIM aconteceram em rotas para e dentro da Europa, com o mar Mediterrâneo a reivindicar pelo menos 25.104 vidas.