O PIB cresceu em cadeia 0,4% no terceiro trimestre deste ano. O indicador foi confirmado pelo INE, que manteve aquela que tinha sido a estimativa rápida divulgada a 31 de outubro. No segundo trimestre, o crescimento em cadeia tinha ficado nos 0,1%. “O contributo da procura interna esta variação em cadeia voltou a níveis positivos — de 0,4 pontos percentuais (-0,5 pontos no segundo trimestre), enquanto o contributo da procura externa líquida passou de positivo (0,6 pontos no segundo trimestre) a nulo”, explica o INE.

O Produto Interno Bruto (PIB), em termos reais, teve uma variação homóloga de 4,9% no terceiro trimestre de 2022, um abrandamento face aos 7,4% no trimestre anterior, confirmou também o INE. Mas agora são dados mais pormenores sobre o que contribuiu para essa evolução. E o investimento caiu.

Portugal escapa à entrada em recessão no terceiro trimestre. Como cresce 0,4%?

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O consumo privado foi o principal impulsionador do crescimento económico, ainda que tenha registado abrandamento face ao trimestre anterior. Em termos homólogos, todas as componentes registaram abrandamentos face à evolução do segundo trimestre. A procura interna subiu 2,8%, quando no segundo trimestre tinha aumentado 3,9%. E dentro desta o consumo privado teve uma evolução homóloga de 4,4%, enquanto o consumo público subiu 0,5% (face a um crescimento de 1,7% do segundo trimestre). Mas o investimento caiu 0,4%, depois de ter registado um crescimento de 3,5% no segundo trimestre. Com relevância a redução em construção.

Já as exportações tiveram uma evolução homóloga de 16,8%, uma grande desaceleração face aos 25,3% do segundo trimestre, enquanto as importações subiram 11,3% (o que compara com os 15,2%).

Com isto, a procura interna contribuiu com 2,9 pontos para a variação homóloga do PIB, de 4,9%, enquanto a procura externa contribuiu com 2 pontos percentuais.

Fonte: INE.     

As despesas de consumo das famílias residentes subiu, em termos homólogos, 4,5%, depois de um crescimento homólogo de 4,7% no segundo trimestre. O travão aconteceu nos bens não duradouros e serviços, com uma subida de 3,5% face aos 4,7% do trimestre anterior, ainda que os bens duradouros tenham registado uma variação homóloga de 14,7%. O INE fala de uma aceleração na aquisição de automóveis assim como de outros bens, mas tem aqui também um efeito de base, já que houve no mesmo trimestre do ano passado estas compras caíram 6,4%.

Em cadeia, houve um aumento de 1,1% das despesas, quer nos bens duradouros (2,1%) quer nos não duradouros e serviços (1%).