“Traída.” É assim que a ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Eva Kaili, se sente após ter ficado em prisão preventiva por suspeitas de corrupção e de branqueamento de capitais e por ter sido destituída do cargo e expulsa do seu grupo político.

À Reuters, o advogado de Eva Kaili, o grego Michalis Dimitrakopoulos, contou que apenas na terça-feira a ex-vice-presidente — detida na passada sexta-feira — decidiu “quebrar o silêncio”. “Ela queixou-se sobre as posições dos seus colegas do Parlamento Europeu”, afirmou, acrescentando que a eurodeputada socialista “se sente traída”.

Os colegas do Parlamento Europeu estão a passar a imagem de que Eva Kalli tem uma “agenda pessoal relacionada com o Qatar” e “insinuam que ela estava a aceitar subornos”, algo que a ex-vice-presidente da instituição comunitária nega ter acontecido.

Eva Kaili declara-se inocente e nega ter recebido dinheiro do Qatar

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As declarações do advogado de Eva Kaili surgem no dia em que a polícia belga decidiu revelar as imagens das malas de dinheiro apreendidas na sequência do Qatargate. Na conta do Twitter da Polícia Federal, vê-se — no canto superior direito — o trolley com que o pai da ex-vice-presidente do Parlamento Europeu, Alexandros Kailis, se preparava para fugir.

“No âmbito do processo aberto pela Procuradoria-Geral Federal sobre corrupção de membros do Parlamento Europeu, a Polícia Judiciária Federal apreendeu cerca de 1,5 milhões de euros em buscas efetuadas na região de Bruxelas”, informaram as autoridades belgas.