Com uma mochila às costas, o veterano da marinha norte-americano Taylor Dudley realizou, em abril, uma viagem até a Europa. Uma das suas paragens era a Polónia, onde ia assistir a um festival de música. Sem ainda se saber porquê, o homem de 35 anos atravessou a fronteira entre a Polónia e a Rússia, tendo entrado no enclave de Kaliningrado, que está sob domínio de Moscovo. Foi depois detido pelas autoridades russas, tendo apenas sido libertado esta quinta-feira.

De acordo a CNN internacional, esta foi a primeira vez que são tornados públicos os detalhes sobre a detenção do veterano. Alegadamente, terá sido a família do homem de 35 anos que pediu privacidade pela sua identidade, assim como defendia que os detalhes das negociações necessárias para a sua libertação deviam permanecer em segredo.

Esta não foi, no entanto, uma troca de prisioneiros, já que consistiu numa decisão unilateral da Rússia em libertar o veterano da marinha norte-americana. Não é conhecido, também, se terá havido uma moeda de troca. A comunicação entre a Casa Branca e o Kremlin teve o apoio do Richardson Center for Global Engagement, uma organização que pertence ex-governador do Novo México, Bill Richardson, e também da Steve Menzies Global Foundation.

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Segundo o New York Times, a Casa Branca não vai divulgar mais detalhes sobre o assunto, por pedido da família. Mas o que é de estranhar é que os Estados Unidos nunca declararam que Taylor Dudley fora “detido injustamente”, contrariamente ao que aconteceu com a basquetebolista norte-americana Brittney Griner (que também já foi libertada).

As declarações mais de cariz público vieram mesmo das duas organizações envolvidas na libertação do veterano da marinha. À CNN, Bill Richardson recorda “seis meses de trabalho intenso”. “Trabalhámos arduamente em Moscovo e em Kaliningrado“, diz o ex-governador, acrescentando que existem norte-americanos “mais desconhecidos que merecem liberdade também”. “Noutras palavras, há muitos neste mundo que não têm fama mas ainda assim merecem o apoio da América.”

Por seu turno, um porta-voz da Steve Menzies Global Foundation indica que trabalhou de modo “diligente e silenciosamente” para libertar o veterano da marinha. A família do homem de 35 anos estará “sempre grata pelo trabalho”, sublinha a fundação, rematando: “Os últimos nove meses foram difíceis para a família, que pediram aos meios de comunicação sociais para respeitar a sua privacidade e dar o espaço necessário para Taylor regressar a casa”.