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No terceiro dia do Fórum Económico Mundial, em Davos, o Presidente ucraniano voltou a intervir. Durante a sessão, Volodymyr Zelensky disse não saber se Putin “está vivo ou se é ele que toma as decisões ou quem é que está a tomar as decisões”.

O líder ucraniano, que participou através de vídeochamada, voltou a garantir que a Ucrânia vai recuperar os seus territórios, incluindo a península da Crimeia, anexada em 2014. Não é uma intenção, é a nossa terra. A Crimeia é o nosso mar e as nossas montanhas. Deem-nos armas e nos vamos reconquistá-la”, prometeu.

As declarações surgem no mesmo dia em que o Kremlin avisou Kiev que seria “extremamente perigoso” lançar ataques na Crimeia. “Significaria um escalar do conflito a um novo nível que não iria augurar nada de bom para a segurança europeia”, afirmou o porta-voz Dmitri Peskov. Em declarações aos jornalistas, disse ainda que a Rússia vai cumprir todos os seus objetivos na Ucrânia, “de uma maneira ou de outra”.

Nas últimas horas, o Presidente ucraniano afirmou que Portugal está “disponível” para enviar tanques para a Ucrânia. No entanto, uma fonte do Ministério da Defesa revelou que Portugal só deverá tomar uma decisão sobre o envio dos tanques na reunião de Ramstein, em que ministra Helena Carreiras estará presente.

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Zelensky diz que Portugal está “disponível” para enviar tanques para a Ucrânia. Decisão pode ser conhecida esta sexta-feira

Estes são os principais acontecimentos que marcaram as últimas horas:

O que aconteceu durante a noite?

  • O Pentágono confirmou que recorreu aos arsenais de armas na Coreia do Sul e Israel para enviar armas para a Ucrânia, informação que consta de uma investigação do New York Times publicada na quarta-feira. “Estamos confiantes sobre aquilo que conseguimos retirar e enviar aos ucranianos”, afirmou o porta-voz do departamento de Defesa, Sabrina Singh.
  • O diretor da CIA, William Burns, visitou secretamente a Ucrânia na semana passada para um encontro do Presidente Volodymyr Zelensky, divulgou o The Washington Post. “Burns viajou até Kiev onde se encontrou com os homólogos ucranianos e com o Presidente Zelensky, reforçando o nosso apoio contínuo à Ucrânia”, revelou um oficial norte-americano.
  • A porta-voz do departamento de Defesa também falou sobre a possibilidade do envio de tanques M1 Abram norte-americanos. “Simplesmente não faz sentido”, disse ainda Sabrina Singh em declarações aos jornalistas, lembrando que os EUA já enviaram veículos de combate Bradleys.
  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse esperar “decisões poderosas” por parte dos aliados ocidentais, que se reúnem na sexta-feira em Ramstein, na Alemanha. “Esperamos um poderoso pacote de apoio militar dos Estados Unidos”, revelou.
  • O FSB (antigo KGB) abriu um caso de espionagem contra um cidadãos norte-americano, crime que pode ser punido como uma sentença de entre 10 a 20 anos. Num comunicado, citado pela Sky News, o FSB refere que o norte-americano é suspeito de “reunir informações sobre tópicos biológicos direcionados contra a segurança da Federação Russa”.
  • O Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, discutiu com líderes israelitas a guerra na Ucrânia, que se prolonga há mais de dez meses. De visita a Israel, Sullivan encontrou-se com o Presidente Isaac Herzog, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outros oficiais israelitas.
  • O mundo está a tornar-se “complacente” com os perigos consideráveis na central nuclear de Zaporizhzhia, sob controlo das forças russas praticamente desde o início da invasão. As palavras são do diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, que considera que um desastre nuclear pode “acontecer a qualquer momento”.
  • O Presidente da Bielorrússia esteve reunido com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em Minsk. Durante o encontro, Aleksandr Lukashenko disse que os dois países resistiram ao longo do último ano às tentativas para estrangular a economia dos países.

O que aconteceu durante a tarde?

  • As forças russas e chineses vão conduzir exércitos navais no Oceano Índico na costa da África do Sul, no próximo mês, avançou a Associated PressOs treinos vão ocorrer numa altura em que a invasão russa da Ucrânia completa um ano.
  • Vários aliados ucranianos vão prometer envio de tanques Leopard 2 alemães para a Ucrânia na sexta-feira. O anúncio deverá ocorrer durante o encontro da NATO e dos ministros da Defesa de 50 países na base norte-americana de Ramstein, na Alemanha.
  • Os ministros da Defesa da Estónia, Reino Unido, Polónia, Letónia, Lituânia e representantes da Dinamarca, República Checa, Países Baixos e Eslováquia reuniram-se para discutir o aumento do apoio à Ucrânia. Do encontro, saiu o “Tallinn Pledge”, um compromisso de enviar mais equipamento para as tropas de Kiev combaterem a invasão russa.
  • Os ministros da Defesa da Rússia e Bielorrússia, Sergei Shoigu e Viktor Khrenin, conversaram esta quinta-feira sobre a cooperação militar bilateral, numa altura em que decorrem em Minsk exercícios conjuntos entre as tropas dos dois países.
  • Os deputados do Parlamento Europeu concordam com a criação de um tribunal internacional especial para julgar os líderes políticos e militares da Rússia, e os seus aliados, pelos crimes cometidos na Ucrânia. Esse tribunal seria complementar à investigação do Tribunal Penal Internacional, que atualmente não pode investigar crimes de agressão no que toca à Ucrânia.
  • O secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos da América, Lloyd Austin, que se reuniu em Berlim com o homólogo alemão, Boris Pistorius, agradeceu ao governo alemão “por tudo o que tem feito para fortalecer a defesa ucraniana”.
  • Um tribunal sueco condenou esta quinta-feira os dois irmãos de origem iraniana acusados de espionagem a favor da Rússia. Peyman Kia, de 42 anos, foi condenado a pena perpétua e o seu irmão, Payam Kia, de 35 anos, a nove anos e nove meses de prisão.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O Kremlin avisou que seria “extremamente perigoso” se a Ucrânia atacasse a Crimeia. “Significaria um escalar do conflito a um novo nível que não iria augurar nada de bom para a segurança europeia”, disse o porta-voz Dmitri Peskov, acrescentando que a Rússia vai cumprir os seus objetivos na Ucrânia “de uma maneira ou de outra”.
  • O governo da Estónia anunciou o envio para a Ucrânia do maior pacote de ajuda de armas pesadas desde o início da guerra. Também a Suécia anunciou um novo apoio, que inclui howitzers e outras armas que o Exército ucraniano necessita para libertar o território dos invasores.
  • O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, o ex-presidente Dmitri Medvedev, alertou o “Ocidente” contra o envio de armamento pesado à Ucrânia. Medvedev acrescentou que a derrota russa numa guerra convencional pode provocar um conflito nuclear.
  • O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, viajou para Kiev para se encontrar com o Presidente ucraniano e discutir o reforço da ajuda à Ucrânia. “Que 2023 seja o ano da vitória e da paz”, escreveu no Twitter, onde partilhou imagens da chegada.

  • O Canadá convocou o embaixador russo Oleg Stepanov para “deixar claro” que não aceita “a pura brutalidade dos recentes ataques da Rússia contra civis em Dnipro”.
  • Esta quinta-feira foi anunciado que os ministros ucranianos da Defesa e dos Negócios Estrangeiros emitiram uma declaração conjunta na qual pedem uma “coligação internacional” para o envio de tanques. “Não temos tempo, o mundo não tem tempo”, afirmou o chefe de gabinete do Presidente da Ucrânia, Andriy Yermak, pedindo que este assunto seja “encerrada o mais rápido possível”.
  • Uma fonte do governo alemão revelou que Berlim só deverá fornecer os tanques Leopard-2 à Ucrânia se os EUA enviarem os seus próprios tanques. Em reuniões à porta fechada, o chanceler alemão terá frisado esta condição várias vezes ao longo dos últimos dias. O primeiro-ministro polaco já admitiu a hipótese de o seu país enviar os Leopard 2 que têm em stock para a Ucrânia no âmbito de um acordo internacional, mesmo sem a aprovação alemã.
  • O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidou o homólogo chinês, Xi Jinping, para conversar sobre a guerra. A carta com o convite foi entregue à delegação chinesa presente em Davos, na Suíça — onde decorre a reunião anual do Fórum Económico Mundial.