Imagens de satélite disponibilizadas pela Maxar Technologies, empresa privada de tecnologia espacial sediada nos Estados Unidos, comprovam o grau de destruição nas cidades turcas próximas do epicentro dos sismos que se registaram na segunda-feira na península de Anatólia.
O material publicado pela empresa norte-americano permite comparar as fotografias captadas antes dos grandes terramotos desta semana, entre 2019 e outubro do ano passado, com as imagens de satélite captadas a 7 de fevereiro pela Maxar Technologies.
O Observador preparou oito ferramentas interativas para comparar o antes e o depois de várias localizações turcas atingidas pelos terramotos dos últimos dias — basta arrastar a barra branca vertical a meio das imagens para revelar como a paisagem mudou após os abalos.
Nas imagens em baixo pode ver a destruição na baixa de Nurdagi, que fica a seis quilómetros do epicentro do sismo de maior magnitude registado desde segunda-feira. O epicentro é o local à superfície de onde eclode a energia libertada em profundidade, no hipocentro.
Noutra região da cidade de Nurdagi, é possível encontrar edifícios civis reduzidos a escombros. Nas imagens em baixo, os terrenos nas margens da Avenida do Governador — agora dominadas por tendas e contentores de apoio às equipas de resgate e socorro — ficaram transformadas em campos de ruínas.
A Maxar Technologies também captou imagens gerais da cidade de Islahiye, próxima da fronteira com a Síria. Islahiye fica a cerca de 50 quilómetros do epicentro do sismo. Dezenas de edifícios colapsaram perante os fortes abalos na fronteira entre a Turquia e a Síria.
As próximas imagens mostram as consequências dos abalos na vila de Baspinar, na província de Bayburt. Os efeitos notam-se também no estádio de futebol do distrito de província de Gaziantep. Este foi dos locais mais devastados pelos sismos.
Também em Nurdagi, as imagens mostram os escombros dos prédios residenciais na cidade. São os mesmos edifícios que apareciam nas fotografias de satélite captadas pela Maxar Technologies ainda em setembro do ano passado, mas agora reduzidos a ruínas.
Em Islahiye, vários blocos de prédios residenciais podem ser vistos totalmente colapsados após os sismos de segunda-feira. Desde então, várias réplicas de magnitude em torno de 4,5 na escala de Richter têm dificultado as buscas por sobreviventes debaixo dos escombros.
Ainda em Islahiye, imagens ainda mais próximas das zonas residenciais evidenciam os efeitos dos sismos nos edifícios turcos junto à fronteira com a Síria. Em alguns deles, o telhado sobreviveu à queda, mas os apartamentos colapsaram. Milhares de pessoas podem estar soterradas.
Em Nurdagi, um campo desportivo desabou por causa da energia libertada pelos sismos. Alguns prédios sobreviveram ao impacto dos terramotos, mas outros colapsaram. Serão milhares os edifícios que caíram tanto na Turquia, como na Síria por causa dos sismos.
A Maxar Technologies também já tem fotografado várias regiões da Ucrânia, deixando registos de satélite da destruição nas trincheiras de guerra após a invasão da Rússia. Já no início deste ano, a empresa norte-americana lançou imagens de satélite que provavam a devastação na cidade ucraniana de Soledar.