Se o último dia de mercado no futebol internacional tem vários episódios de avanços, recuos, frustrações ou negócios confirmados em cima dos últimos minutos, o fecho das transferências na NBA é tudo isso e um pouco mais. Em primeiro lugar, todos têm sempre clube nem que para isso tenham de rumar a um outro continente como aconteceu ao gigante poste Tacko Fall, a caminho da China. Depois, porque a questão do dinheiro ou dos anos de contrato (essa nova moda criada pelo Chelsea) é o menos e o que interessa é envolver jogadores e escolhas dos próximos drafts. Por fim, existe uma questão de vontades, do querer ou não querer dos atletas e das próprias franquias. E foi tudo isso que mexeu esta madrugada.

LeBron chegou onde não tinha sonhado e é o melhor marcador de todos os tempos. No entanto, só quer ter “uma vida normal”

O melhor exemplo disso mesmo foi Kevin Durant, uma das maiores estrelas (e marcadores) da prova. Há muito que os Brooklyn Nets foram assumindo que o mega projeto de juntar os melhores para chegar ao título falhou mas todos os especialistas garantiam que, apesar dos pedidos de saída, o extremo iria mesmo ter de ficar. De repente, tudo mudou: os Phoenix Suns, que no ano passado foram a melhor equipa da fase regular mas caíram cedo nos playoffs, apostam tudo para dar o salto em falta e conseguiram contratar mais um All-Star para juntar-se a Devon Booker, Chris Paul e Deandre Ayton. TJ Warren também segue Durant, com os Nets a receberem Mikal Bridges, Cam Johnson, Jae Crowder e mais quatro escolhas do draft nos anos de 2023, 2025, 2027 e 2029. Não sendo um all in não andará longe disso a médio prazo…

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Antes, Kyrie Irving já tinha deixado também Brooklyn mas não para onde queria (e onde o queriam). Apesar de ter em cima da mesa uma oferta dos Los Angeles Lakers que poderia entre outros levar Russell Westbrook para os Nets, os responsáveis da equipa preferiram não fazer a vontade a um jogador que causou várias dores de cabeça à franquia fora de campo (depois dos problemas por recusar vacinar-se contra a Covid-19 promoveu um filme considerado antissemita) e trocaram o base para os Dallas Mavericks por Spencer Dinwiddie, Dorian Finney-Smith e trocas do draft de 2027 e 2029. A estreia na nova equipa da Conferência Oeste não poderia ter sido melhor: sem Luka Doncic, lesionado, Irving foi o melhor marcador da equipa com 24 pontos (mais cinco assistências e quatro ressaltos) e ajudou ao triunfo por 110-104 com os Clippers.

Depois, as operações dos Lakers. Depois de toda a festa pelo recorde de pontos de LeBron James, a equipa fez uma pausa e percebeu como estão complicadas as contas para poder dar ao seu King aquilo que agora ele mais deseja: um conjunto para poder lutar por títulos. Assim, e de forma surpreendente, os dirigentes foram ao baú das memórias e resgataram um antigo jogador após uma saída polémica. D’Angelo Russell, base dos Minnesota Timberwolves que foi a segunda escolha do draft de 2015 pela equipa de LA mas que saiu depois do polémico “Sexgate” (gravou o companheiro Nick Young a admitir que tinha sido infiel à então namorada Iggy Azalea), regressa à equipa tal como Malik Beasley e Jarred Vanderbilt numa operação tripla que coloca Russell Westbrook, Toscano-Anderson e Damian Jones nos Utah Jazz e Mike Conley e Nickeil Alexander-Walker nos Timberwolves. Com essa nota importante: até tudo ficar fechado, nada foi sequer escrito…