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O Presidente russo, Vladimir Putin, revelou que o número de candidaturas para adotar crianças nas quatro regiões ucranianas anexadas em setembro do ano passado está em “crescimento”. Numa reunião com a comissária de direitos das crianças russa, Maria Lvova-Belova, Putin destacou que um número crescente de cidadãos russos pretende adotar crianças das regiões de Lugansk, Donetsk, Kherson e Zaporíja. “[A comissão] está a fazer este trabalho há muito tempo, ao longo de nove anos da tragédia que está a acontecer no Donbass e que, claro, afeta as nossas crianças“, afirmou, citado pela agência estatal Ria.

Por sua vez, a comissária garantiu que no caso das crianças que têm familiares, as autoridades vão trabalhar para os encontrar. “Se podermos ajudar neste processo, vamos definitivamente fazê-lo, independentemente de onde estejam, quer estejam no território da Ucrânia ou noutros países“, afirmou.

As declarações surgem dias depois de investigadores da Universidade de Yale publicarem um relatório, apoiado pelo Departamento de Estado norte-americano, no qual denunciam que a Rússia enviou mais de seis mil menores ucranianos para campos de reeducação e para o sistema de adoção russo. Estas ações “são ilegais e podem constituir um crime de guerra e contra a Humanidade”, afirmou Nathaniel Raymond, diretor executivo do Laboratório de Investigação Humanitária de Yale.

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Segundo o investigador, a comissária Maria Lvova-Belova é “uma das figuras mais ativas na deportação e adoção de crianças ucranianas, bem como no uso de campos para integrar as crianças na sociedade e cultura russas”.

A Rússia defende que a Ucrânia começou uma guerra no Donbass — território composto pelo Lugansk e Donetsk –em 2014, almejando o “extermínio da população que lá vive e que se sente ligada à Rússia, à cultura e língua russa”. Este foi um dos argumentos usados pelo líder russo para justificar o início da “operação militar especial”, termo que o Kremlin utiliza para descrever a guerra na Ucrânia.

Putin diz que hostilidades começaram pelas mãos da Ucrânia em 2014. Mas garante que Moscovo quer pôr um fim ao conflito

Em setembro do ano passado, Moscovo anexou as regiões de Lugansk e Donetsk, bem como Kherson e Zaporíja, após a realização de referendos considerados ilegais pela maior parte da comunidade internacional.