A Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) acusou esta terça-feira o Governo de “ignorar” e “marginalizar” os micro e pequenos empresários nos programas e apoios existentes.

A retórica política dos membros do Governo, que propala aos sete ventos a importância das MPME [micro, pequenas e médias empresas] e os objetivos de recuperação e desenvolvimento destes setores, mas na prática, como todos os analistas e estudos comprovam, marginaliza estas empresas e empresários dos programas e apoios existentes, canalizando-os quase em exclusivo para as grandes empresas e corporações”, sustenta a associação em comunicado.

Esta posição da CPPME surge na sequência de “mais um adiamento, eventualmente por mais um mês”, da reunião que a associação tinha agendada para esta terça-feira com o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda de Almeida.

Segundo explica, esta reunião foi “solicitada, com caráter de urgência, em 20 de dezembro de 2022, para equacionar a resposta imediata aos prejuízos e consequências das intempéries”, tendo sido “finalmente agendada para hoje, 28 de fevereiro”, mas acabado por ser, “hoje mesmo”, adiada.

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Uma vez mais, os micro e pequenos empresários são preteridos no acompanhamento dos seus problemas e dificuldades e absolutamente ignorados na tomada de medidas de combate às consequências das catástrofes, bem como nos programas de apoio ao investimento e à recuperação da economia”, sustenta.

Será dois meses o tempo de resposta que os micro e pequenos empresários têm de esperar do Governo para que este conhecer e apoiar as respostas necessárias à emergência?”, questiona, acusando o secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços de preterir a audição do setor e a definição de medidas que respondam aos problemas e necessidades do tecido económico que a CPPME representa.

Para a associação, “a resposta imediata às situações de emergência por parte destes governantes tem a duração da cobertura mediática da intempérie, sendo esquecida com o bom tempo“.

Ainda assim, a CPPME garante que continuará “a pugnar para que as MPME, que são 99,6% do tecido económico nacional e que empregam 77% do total de trabalhadores das empresas não financeiras, sejam consideradas e incluídas, com dotações específicas, nos diversos programas em curso (PRR, Portugal 2030, etc.), ou a definir no futuro”.