A primeira capa da Time foi escolhida à última hora. À beira do prazo para a publicação, Henry Luce e Briton Hadden, os fundadores, contactaram um agente publicitário, William Oberhardt, para produzir um retrato simples do então líder da Câmara dos Representantes dos EUA, Joseph Cannon, pagando cerca de 50 dólares (o equivalente atual a cerca de 847 dólares, ou 796 euros) para o efeito. Um “acidente feliz” que parece refletir a forma simples como a primeira edição da Time se fez, como contou Luce:

Peguei na revista e comecei a ler as míseras 32 páginas (incluindo capa). Meia hora depois, apercebi-me de uma coisa surpreendente: o que tinha estado a ler não era nada mau”.

Passaram 100 anos desde então. A “mísera” revista é hoje uma instituição no mundo da imprensa, responsável por alguns dos momentos e imagens mais marcantes do jornalismo do último século.

“O que adoro sobre a Time é a sua autoridade sobre qualquer tema: da saúde ao desporto, do clima à tecnologia, dos negócios à cultura, dos líderes mundiais à sociedade e ao Presidente”, escreveu o diretor criativo da revista D.W. Pine, num ensaio retrospetivo sobre os últimos 100 anos da revista norte-americana.

Essa autoridade e variedade “reflete-se também na abordagem visual das capas”, referiu o diretor da Time. De facto, o icónico estilo visual da revista, com as suas bordas vermelhas e designs criativos, muitos da autoria de artistas convidados, representam uma das mais reconhecidas características da publicação.

O que mudou em 100 anos? Das ilustrações a preto-e-branco feitas à mão às fotografias e designs complexos da era digital, retratando as mais importantes figuras do mundo da política, do desporto, da cultura e da sociedade, os últimos 100 anos da revista Time funcionam como uma espécie de “cápsula temporal” ou artefacto histórico dos momentos mais significativos dos últimos 100 anos — e, a julgar pela capa mais recente, do que está por vir também.

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