Oito anos, cinco edições dos Europeus de Pista Coberta, outras tantas presenças portuguesas no pódio do triplo salto masculino em cinco países diferentes. Começou em 2015 na Rep. Checa com um ouro de Évora em Praga, continuou em 2017 na Sérvia com mais um ouro de Évora em Belgrado, prolongou-se em 2019 no Reino Unido com a prata de Évora em Glasgow, chegou em 2021 na Polónia ao ouro de Pedro Pablo Pichardo em Torun, prosseguiu em 2023 na Turquia com mais um ouro de Pichardo em Istambul. Depois da tradição nacional no meio fundo, são as disciplinas técnicas que dominam com uma em particular (no setor feminino, Patrícia Mamona tentará revalidar também o seu título europeu este sábado). Mais do que isso, é Pichardo que domina como mais em nenhum em particular como voltou a acontecer na final.

Fechou um ciclo de ouro, começou um novo ciclo com ouro: Pichardo revalida título de campeão europeu de Pista Coberta

Evidência 1: o português de 29 anos já foi para a prova com uma tática que previa fazer três e não seis saltos como todos os restantes competidores, por forma a potenciar ao máximo a marca em cada uma das suas tentativas. Evidência 2: os 17,60 com que ganhou, sendo que o 17,26 a abrir já daria para ganhar, bateram por mais de um metro o segundo classificado na final, o surpreendente saltador grego Nikolaos Andrikopoulos (16,58). Evidência 3: mesmo sendo claro de que a partir do momento em que Jordan Díaz só poderá representar a Espanha de junho de 2024 para a frente, Pichardo não deixou de empenhar-se para mostrar que tinha mais para saltar das pernas, tendo assim batido o seu próprio recorde nacional de Pista Coberta mais uma vez (de 17,46 para 17,48, de 17.48 para 17,60) e ficado com a melhor marca do ano.

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“O mais importante é sempre a vitória, era o principal objetivo. Estou feliz de voltar a ser campeão europeu de pista coberta. Bati o recorde nacional, estou feliz. O meu objetivo era tentar fazer um salto já grande, um bom salto. Infelizmente foi nulo e não seria tão grande quanto esperava. Mas não é verão. Vamos tentar agora no verão fazer um bom resultado”, destacou o atleta do Benfica na zona mista, citado pela agência Lusa, após a revalidação do título na final mais desequilibrada em histórias de Europeus.

“Se eu falei com o meu pai durante a competição? “Não falámos muito. Já estava tudo combinado antes de eu vir para a pista. O objetivo era três saltos, tentar ganhar, e depois ver se conseguia um grande salto”, acrescentou ainda Pedro Pablo Pichardo, que revalidou o título europeu em Pista Coberta já a olhar para os próximos objetivos entre grandes provas internacionais e os Jogos de Paris como o campeão mundial e europeu ao Ar Livre e o vice-campeão mundial em Pista Coberta além de campeão olímpico.

“O Presidente da República felicita Pedro Pichardo, que revalidou o título de campeão europeu de triplo salto, e Auriol Dongmo, que revalidou o título de campeã europeia de lançamento do peso. Estes dois títulos europeus, conquistados em Istambul no Campeonato Europeu de Atletismo em Pista Coberta, são mérito dos próprios, resultado de grande empenho e dedicação às respetivas modalidades, mas também uma afirmação do Desporto em Portugal como meio de inclusão, integração e desenvolvimento social”, comentou Marcelo Rebelo de Sousa através de uma nota da presidência. “Dois ouros para Portugal nos Europeus de Pista Coberta, em Istambul. Que orgulho! Parabéns a Auriol Dongmo, no lançamento do peso, revalidando o título europeu. E a Pedro Pablo Pichardo que, mais uma vez, voou no triplo salto para o ouro. Grandes atletas, enormes conquistas”, acrescentou na conta oficial no Twitter António Costa.