O primeiro-ministro está convencido de que a privatização da TAP não é afetada pelo caso Alexandra Reis e a cessação ilegal de contrato da antiga gestora com a companhia. E também garante que não há mais consequências políticas a tirar, para lá da demissão de Pedro Nuno Santos do Governo, apontando o relatório da Inspeção Geral de Finanças que considera respaldar isso mesmo.

No Seixal, onde esteve no projeto de injeção de hidrogénio verde, António Costa declarou aos jornalistas que as “consequências políticas já estavam tiradas há várias semanas e o relatório vem explicar pela enésima vez que não só o atual ministro das Finanças não teve conhecimento do processo nem o anterior ou alguém da sua equipa”.

Em causa estavam as várias vezes que o ministro Fernando Medina foi questionado, na conferência de imprensa desta segunda-feira, sem responder diretamente sobre as implicações políticas do relatório que apontou ilegalidades à saída de Alexandra Reis da TAP e que também referiu que, após entrar na NAV, Alexandra Reis também teria de entregar uma compensação recebida do Estado tão pouco tempo antes. Mas Costa continua a isolar o seu atual ministro das Finanças neste processo.

Como Medina tenta desviar a sua rota de uma colisão, em cinco pontos

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

E António Costa acrescentou ainda que “Pedro Nuno Santos retirou as consequências políticas ao apresentar a demissão” de ministro das Infraestrututuras em dezembro, tentando assim encerrar o capítulo das implicações políticas do caso.

Já sobre o processo de privatização da companhia aérea, o primeiro-ministro garante que as condições do mesmo “não estão postas em causa”. Aliás, Costa garante que “várias empresas que têm manifestado interesses” nas últimas semanas, exemplificando com a Lufthansa que ainda na semana passada manifestou interesse na aquisição da TAP. “Este processo vai prosseguir”, garantiu o líder do Governo que elencou mesmo as condições em que assenta esse processo: “A qualidade da TAP, o potencial da TAP e a forma como o plano de reestruturação tem vindo a ser seguido. O plano de reestruturação continuará a ser executado.”

Neste mesmo contexto, Costa foi ainda questionado sobre as declarações do PSD sobre a TAP mas disparou com um contra-ataque: “Sou incapaz de comentar as posições do PSD sobre a TAP tal a sua volatilidade”. E lembrou todo o histórico de decisões políticas sobre a companhia nos últimos anos, incluindo a da venda, promovida pelo Governo PSD/CDS, “já depois de aprovada a moção de censura ao seu último Governo e quando se devia inibir de praticar estes atos”, como sublinhou.