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Não é conhecido o nome ou a idade, de onde vinha ou como ali chegou. Só as últimas palavras, captadas em vídeo enquanto terminava de fumar um cigarro, antes das forças russas dispararem: “Слава Україні” (“Glória à Ucrânia”, em português).

O vídeo começou a circular nas redes sociais durante a tarde desta segunda-feira e parece mostrar um soldado ucraniano desarmado a ser abatido pelas forças russas. As autoridades ucranianas estão a reagir à divulgação das imagens, que descrevem como um novo “crime” da Federação Russa.

“Hoje emergiu um vídeo dos invasores a assassinar brutalmente um guerreiro que corajosamente lhes disse na cara: ‘Glória à Ucrânia’. Quero que todos respondamos em conjunto às suas palavras, em união: Glória ao herói! Glória aos heróis! Glória à Ucrânia”, disse o Presidente ucraniano no habitual discurso diário.

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“Vamos encontrar os assassinos”, garantiu o chefe de Estado ucraniano, deixando um agradecimento a todos os que continuam a lutar pela pátria.

Os invasores matam pelo simples facto de sermos ucranianos, por uma mera palavra sobre a Ucrânia, pelo nosso sonho da Ucrânia, pelas nossas vidas”, afirmou.

Não é claro quando é que o vídeo foi gravado e para já a sua autenticidade ainda não foi confirmada por fontes independentes. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, já reagiu, pedindo uma investigação do do Tribunal Penal Internacional (TPI) ao “crime hediondo”.

“Um vídeo horrível de um prisioneiro de guerra ucraniano desarmado executado por forças russas apenas por ter dito ‘Glória à Ucrânia’. Mais uma prova de que esta guerra é genocida“, escreveu Kuleba numa publicação na conta oficial de Twitter. O diplomata, uma das vozes mais vocais desde o início da guerra, apelou ao procurador Karim Khan do TPI que investigue o crime, sublinhando que os perpetradores devem enfrentar a Justiça.

O chefe de gabinete de Zelensky foi um dos primeiros a responder à divulgação do vídeo. “Matar um prisioneiro de guerra é outro crime da Federação Russa. São os elementos de uma política de terror, que é encoberto pela propaganda do Kremlin com mitos sobre ”nazis”, escreveu também no Twitter, numa alusão a um dos argumentos do Estado russo para justificar a invasão da Ucrânia.

“Haverá uma punição por todos estes crimes. Ninguém vai fugir à justiça. Vamos encontrá-los a todos”, sublinhou.