Foram 178,5 milhões de euros: apenas no mercado de inverno, até ao final de janeiro, o Chelsea gastou mais em contratações do que a La Liga, a Bundesliga, a Serie A e a Ligue 1 todas juntas. Os ingleses, personificados no proprietário Todd Boehly, reforçaram-se sem grandes limitações e tornaram ainda mais musculado um plantel que já estava recheado de estrelas. O problema? Os resultados não apareceram.

Desde o início do ano, entre Premier League, Liga dos Campeões e Taça de Inglaterra, o Chelsea só venceu duas vezes — sendo que esteve mês e meio sem conquistar qualquer vitória e com apenas um golo marcado. No 10.º lugar do Campeonato, com a presença nas competições europeias da próxima temporada totalmente em risco e já fora da Taça, os blues olhavam para a Champions como uma aparente tábua de salvação. Para isso, porém, era preciso vencer o Borussia Dortmund esta terça-feira em Stamford Bridge e dar a volta à eliminatória depois da derrota na Alemanha na primeira mão.

“Precisava muito deste empréstimo. Sair do Atlético foi bom para mim e para eles.” A reflexão de Félix depois da primeira vitória no Chelsea

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

E foi João Félix, internacional português, a fazer a antevisão da partida. “Sentimos pressão zero. Isto é o nosso trabalho, temos de aproveitar e ganhar jogos. Os nossos níveis de confiança estão altos. Se fizermos bem as coisas, vamos conseguir ganhar. Adoro jogar na Liga dos Campeões, todos adoram. É uma competição especial e espero que, no final, possamos celebrar. Chelsea? É um tipo de futebol diferente, o campeonato é diferente. O Chelsea gosta de atacar, de ter a bola, de dominar o jogo. E esse é o jogo que eu gosto de jogar. Sinto-me muito livre ao jogar aqui, adoro”, disse o avançado, numa aparente farpa ao estilo de Diego Simeone e já depois de ter dito que “precisava” de sair do Atl. Madrid.

Neste contexto e num dos jogos mais importantes da temporada, Graham Potter lançava Félix e Sterling no apoio a Havertz, com Enzo a ser também titular no meio-campo e Pulisic a começar no banco. Do outro lado, num Borussia Dortmund que continua a perseguir a liderança da Bundesliga e que atualmente tem os mesmos pontos que o Bayern Munique no primeiro lugar, Edin Terzić apostava naturalmente em Haller enquanto referência ofensiva, com Jude Bellingham a ser o elemento em destaque no setor intermédio e Raphael Guerreiro como titular.

O jogo arrancou 10 minutos depois da hora prevista, já às 20h10, depois de o trânsito ter atrasado a chegada do autocarro do Borussia Dortmund ao estádio. Edin Terzić foi forçado à primeira substituição logo nos instantes iniciais, já que Julian Brandt sofreu uma lesão e teve de ser substituído por Gio Reyna. O Chelsea abriu o marcador já perto do intervalo, numa insistência na grande área depois de um cruzamento de Félix na esquerda (43′), e a partida chegou ao fim da primeira parte com a eliminatória totalmente igualada.

Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo e, ainda dentro dos 10 minutos iniciais da segunda parte, os blues acabaram mesmo por saltar para a dianteira do marcador: Wolf parou um cruzamento de Chilwell com a mão na grande área e Havertz, depois de acertar no poste na primeira tentativa e após o árbitro mandar a repetir a grande penalidade, converteu o penálti para colocar os ingleses nos quartos de final (53′).

O resultado não voltou a alterar-se, João Félix foi substituído a 20 minutos do fim e não pareceu nada satisfeito com isso e o Chelsea eliminou mesmo o Borussia Dortmund com direito a reviravolta para chegar aos quartos de final da Liga dos Campeões. Para a história, fica o feitiço de Graham Potter — que parece ter finalmente conseguido pôr os milhões a jogar à bola.