A exaltação de Antonio Conte não seria por certo prescrita pelos médicos que acompanham o processo de recuperação do treinador após a cirurgia. Cedo no encontro estava o caldo entornado e para bem do italiano é bom que os profissionais de saúde que lhe são próximos não tenham acesso ao canal detentor dos direitos de transmissão da partida de modo a que não possam ver como reclamou com o árbitro e viu o cartão amarelo.

Um Tottenham-AC Milan a valer os quartos de final da Liga dos Campeões é um jogo que ninguém quer perder. Nem mesmo depois de ser operado à vesícula, após sentir fortes dores abdominais, Antonio Conte abdicou de estar no banco de suplentes a comandar os londrinos que atuavam diante do seu público e tentavam reverter uma desvantagem de 1-0 que traziam de Itália. “Eu queria voltar depois do jogo contra o Sheffield United, mas o médico disse-me que tinha que esperar. Ainda tenho que recuperar o peso, mas no resto estou bem. Sinto-me bem. Tenho muita energia. Vou tentar transferir a minha energia para os meus jogadores, porque é um jogo importante para nós”, revelou o técnico que esteve ausente durante quatro encontros. O jogo contra o Sheffield marcou a primeira de duas derrotas seguidas que os spurs sofreram antes da receção à equipa italiana.

O Tottenham chegava à segunda mão por baixo na eliminatória e pela frente tinha um AC Milan que, apesar da épocas conturbadas, é o segundo clube com mais Ligas dos Campeões (sete), apenas atrás do Real Madrid. Ainda assim, já lá ia mais de uma década desde que os rossoneri, em 2011/12, figuraram pela última vez nos oito melhores clubes da Europa. “Merecemos estar onde estamos agora. Esperamos um jogo difícil, mas somos o AC Milan e precisamos jogar como o AC Milan joga nos grandes palcos. Preparámo-nos da melhor maneira possível. Temos uma ligeira vantagem, mas o nosso plano de jogo não vai mudar: vamos tentar manter a posse de bola e comandar. Cada um tem que contribuir tanto na defesa quanto no ataque. Momentos-chave podem fazer a diferença”, afirmou Stefano Pioli como mote.

Em Día(z) dos Namorados, Brahim mostrou que é amor e deu a vitória o AC Milan contra o Tottenham

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os sinais de nervosismo que Conte ia dando provavam que as coisas não corriam bem ao Tottenham. O jogo começou dez minutos mais tarde, algo que já tinha acontecido esta terça-feira no Chelsea-Borussia Dortmund, devido ao atraso das duas equipas na chegada ao estádio. Também fora de horas entrou Pedro Porro. Só aos 53 minutos, o técnico dos londrinos lançou o espanhol, ex-Sporting, para o lugar de Perisic.

Rafael Leão voltou ao onze inicial para jogar no centro do ataque, junto de Giroud, após ter cumprido castigo no último jogo do AC Milan diante da Fiorentina em que os rossoneri perderam por 2-1. No final dos 89 minutos em que esteve dentro do campo, o internacional português saiu a sorrir, tal como, aliás, está sempre. Com o 0-0 final em Londres, a equipa italiana que representa garantiu a permanência na Liga dos Campeões.

Os spurs tentaram até ao fim chegar ao golo que levasse a eliminatória dos oitavos de final para o prolongamento, mas até foi o AC Milan que nos instantes finais levou ao bola ao poste da baliza de Forster. Nos últimos minutos do encontro, devido à expulsão de Romero, o Tottenham acabou a jogar em inferioridade numérica. 

Depois de, na época passada, a equipa treinada por Stefano Pioli se ter sagrado campeã italiana 11 anos após a última conquista, agora, o AC Milan consegue, também 11 anos mais tarde, regressar aos quartos de final da Liga dos Campeões. Eis um gigante a reerguer-se.